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Fernanda Ezabella

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Entrevista com diretora de "Derby, Baby!"

Por @ferezabella
30/04/12 07:00

A indústria do roller derby não para de crescer. Além dos patins, roupas esportivas e aparatos de proteção, tudo feito especialmente para o roller derby, há também uma convenção que acontece em Las Vegas desde 2004, dezenas de livros e filmes.

Tem até roupinha para bebê (olha só os sapatinhos da foto abaixo) e uma mulher que vende um áudio de auto-ajuda para roller girls (bizarro!).

Entre os filmes, o mais recente é o documentário “Derby, Baby!”, que estreou em festivais de cinema dos EUA em março e segue agora para a Escócia e Nova Zelândia.

Conversei por telefone com a codiretora Robin Bond, de Denver, e coloco aqui uns trechos do bate-papo. Depois da conversa, ela me mandou um link do filme. Ou seja, a entrevista rolou sem eu ter visto o filme.


“Derby, Baby!” é especial porque mostra o crescimento do esporte fora dos EUA, aproveitando bem o embalo da Copa do Mundo. Nossa jogadora Fernanda “Matadora”, que treina em Stuttgart Valley Rollergirlz (Alemanha), é uma das entrevistadas, como parte da seleção brasileira. Ela diz:

“Nosso time tem 14 jogadoras, das quais dez estão jogando pela primeira vez. Fiquei com um pouco de inveja. É tipo: ‘quando foi seu primeiro jogo?’, ‘na copa do mundo!’. Isto é incrível!”.

A “Matadora” está na foto abaixo, ao lado das “hermanas” da Argentina.

Uma boa resenha do documentário foi feita pela Sugar Slum Fairy, da liga carioca Sugar Loathe Derby Girls.

Pergunta – Como conheceu o esporte?

Robin Bond – Li sobre e fui ver um jogo. Pensei em começar a treinar com elas, mas quem acabou aderindo foi minha filha, na liga júnior. Quando vi o filme “Garota Fantástica”, fiquei ainda mais envolvida. Começamos a filmar aqui em Denver, mas logo percebemos que o fenômeno estava no país todo, então resolvemos levar a história para longe. O ponto principal é que este é um filme não só sobre o esporte e sim sobre mulheres e “empowerment” [não sei como traduzir esta palavra, mas é algo como as mulheres no poder, tomando as rédeas da própria vida], sobre como elas ganham confiança por causa do derby e carregam isto para fora da pista.

Pergunta – Como foi a jornada do filme? Por onde passaram e quantas pessoas entrevistaram?

Robin Bond – Só terminamos agora a produção, depois de quase dois anos e meio. A história não parava, estávamos sempre prolongando as filmagens. Num período de dois anos, o número de ligas subiu de 600 para mais de 1.200 no mundo todo. Fizemos 180 entrevistas e mais da metade está no filme. Fomos para a Irlanda filmar os “try outs” para a Copa do Mundo. E, quando estávamos lá, falamos com gente da Finlândia, Noruega, Escócia e Inglaterra.

Pergunta – Pelo trailer, dá para ver que você aborda o futuro do esporte, profissionalizar ou não. A comunidade está mesmo dividida?

Robin Bond – Acho que está definitivamente dividida, mas me parece que há espaço para todas estas tendências diferentes. Algumas ligas e patinadoras são bastante ambiciosas e querem levar ao nível máximo de atletismo. Outras ligas estão mais curtindo como uma recreação. Talvez um dia haverá ligas mais amadoras e outras mais profissionais. No momento, todos estão procurando seu lugar.

Pergunta – O que mais te surpreendeu sobre o esporte?

Robin Bond – A primeira coisa que eu aprendi, e a razão pela qual eu não entrei para a liga, é o tamanho absurdo de tempo que as patinadoras precisam se comprometer para fazer parte do time. É admirável, fascinante. Parece algo bem legal para fazer, mas eu não poderia me imaginar cuidando da família, do trabalho e ainda enfiar roller derby na agenda. Muitas das ligas dos EUA treinam três, quatro vezes por semana, além do serviço comunitário e dos comitês para fazer a liga funcionar. Foi o que mais me surpreendeu.

Pergunta – Como explica o crescimento do esporte?

Robin Bond – Há muitas mulheres que estão procurando sua tribo, e quando elas se conectam com o esporte e com as outras mulheres, é como se achassem sua casa, sabe? Muitas estão dispostas a fazer qualquer coisa para proteger e ajudar o derby crescer. Também é um ótimo esporte, do lado atlético. É desafiador e elas se divertem melhorando. Fora os fãs, que amam [e são bem malucos – foto abaixo, de um mascote de time].

Pergunta – Muita gente relaciona roller derby com feminismo. O filme aborda este aspecto?

Robin Bond – O roller derby é uma ótima metáfora para o que está acontecendo no movimento feminista. Conversamos com escritoras e sociólogas sobre a nova onda do feminismo, que é realmente sobre mulheres que não negam sua feminilidade, que não tentam ser homens e que aceitam quem são sem pedir desculpas. E no roller derby você tem mulheres quase fazendo graça dos estereótipos, não estão negando e sim exagerando. Meu filme tenta ser uma história maior do que apenas o esporte.


Outros documentários sobre roller derby, citados no livro “Down and Derby”:

“Demon of the Derby” (2001) – sobre Ann Calvello, diva do esporte, patinou por seis décadas

“Jam” (2006) – sobre as tentativas de ressuscitar o esporte nos anos 70

“Hell on Wheels” (2007) – sobre a criação do derby contemporâneo em Austin, Texas

“Blood on The Flat Track” (2008) – sobre o surgimento das Rat City Rollergirls, de  Seattle

E outros filmes de ficção das antigas: “The Fireball” (1950, com Marilyn Monroe!), “Kansas City Bomber” (1972, com Raquel Welch), “Unholy Rollers” (1972).

Fotos – as três primeiras são minhas, as restantes são do filme “Derby, Baby!”

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Comentários

  1. fernanda comentou em 30/04/12 at 13:25

    Estou louca para ver esse filme!

    • @ferezabella comentou em 30/04/12 at 13:40

      vai passar fácil em NY!!

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