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Fernanda Ezabella

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A única casa de Niemeyer nos EUA

Por @ferezabella
18/12/12 20:17

Não havia mais jardins, nem móveis ou água na piscina. Estava tudo pronto para a demolição. Seria o fim da única casa nos EUA desenhada por Oscar Niemeyer, uma encomenda feita para um diretor de cinema em 1964.

Mas, em 2002, antes dos tratores chegarem, um casal americano fã do arquiteto brasileiro veio para salvá-la.

Dez anos depois, Michael (foto acima) e Gabrielle Boyd ainda moram na residência de 400 m² na cidade costeira de Santa Mônica (Califórnia), que serve de abrigo para uma das mais incríveis coleções particulares de mobiliário moderno, tema de uma exposição em San Francisco e capa do livro “Iconic Interior”, lançado no mês passado pela Thames & Hudson.

by steve freihon

No começo, o casal não acreditou que havia nos EUA uma casa de Niemeyer, já que não constava nas listas oficiais de suas obras. “Fui arrogante até. ‘Imagina, Niemeyer fez uma casa nos EUA e eu não sei!'”, lembra Michael com uma risada, sentado na espaçosa sala com lareira, numa cadeira de couro Jean Prouvé.

Ao lado estão duas poltronas de couro que Niemeyer fez para o Partido Comunista francês nos anos 60, compradas pelo casal num leilão em Paris, anos antes de adquirir a casa.

Conhecida como “Strick House”, a residência foi feita para Joseph Strick (1923-2010) após ele se apaixonar pelo trabalho do brasileiro numa viagem ao Brasil para um festival de cinema.

Niemeyer, que não tinha visto para entrar no país por ser comunista, fez o projeto via correspondência, e a execução e assinatura ficaram por conta de um arquiteto local.

by steve freihon

by steve freihon

Até 2002, quem morou na casa foi a ex-mulher de Strick, a escritora Anne. Segundo Michael, a decoração era bastante duvidosa, começando pelo carpete roxo e o teto pintado de dourado. “Foram necessárias várias camadas de tinta para tirar o dourado”, conta Michael, 52.

A única grande mudança que o casal fez foi transformar a garagem original numa biblioteca e expandir o espaço para um depósito de cadeiras antigas. Os carros ficam ao relento, na entrada repleta de palmeiras.

“Como não existia paisagismo nenhum, acrescentamos plantas e materiais que eram mais ao estilo de Roberto Burle Marx, queríamos dar um clima de Brasil e capitalizar com as montanhas de Santa Mônica que aparecem ao fundo”, disse.

Além de colecionador de mobília, o americano é especialista em restauração de casas modernas e tem no currículo trabalhos em residências desenhadas por Richard Neutra e John Lautner. Antes de Niemeyer, em 2000, ele comprou, restaurou e morou por dois anos no triplex que Paul Rudolph (1918-1997) construiu para si mesmo em Nova York.

“Na Rudolph House, fui seduzido pela geometria e contornos construtivistas. Porém, morando lá, descobri que era um pouco desgastante […] Era como morar dentro de uma escultura no lugar de um trabalho funcional de arquitetura”, lembra Michael.

“Já na Strick House, descobri que é mais fácil se viver com a tranquilidade e serenidade das formas simples e fluidas. Ao contrário de Rudolph, os espaços de Niemeyer são mais naturais, não forçados e nunca exagerados. Ao contrário de impor uma visão pessoal, defende uma ideia universal.”

Em 2007, quando a “Strick House” foi tema do livro “Modernist Paradise: Niemeyer House, Boyd Collection” (ed. Rizzoli), o arquiteto deu uma entrevista ao “Los Angeles Times” em seu escritório, em Copacabana, onde viu fotos da casa restaurada e mobiliada. “É muito bom finalmente conhecer esta casa”, disse o arquiteto na época.

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