O melhor e o pior do cinema de 2012
07/01/13 05:51“Argo” – Vi no festival de Toronto, em setembro, e na hora bateu aquele alívio: finalmente um filme sério bom, 2012 ainda tem chance de ser um bom ano para o cinema. O que mais gosto é como Ben Affleck mistura sem choque térmico algo sério como revolução no Irã com a decadência hollywoodiana. É engraçado, é tenso, tem história e é cinematográfico.
“Magic Mike” – Assisti num cinema de San Francisco, em plena férias de verão dos americanos. Mulherada e gays em massa aplaudindo, um evento. Foi o filme mais divertido que vi no ano, alto astral e com a melhor performance de 2012 para Matthew McConaughey.
“Moonrise Kingdom” – Filme mais fofo de 2012. Simpatia total pela dupla de nerds e ótimo elenco de veteranos atuando nas pontas. Bem estiloso e original.
“O Lado Bom da Vida” – Vi também em Toronto, sem saber absolutamente nada da história. É incrível como muitas vezes é a nossa expectativa que mata o filme. É sensível, engraçado, um filme de personagens inusitados, mas sem forçar a barra. E finalmente Robert De Niro volta a deixar uma boa impressão. Estreia no Brasil em 1/02.
“Paperboy” – Melhor performance da vida de Nicole Kidman. E melhor cruzada de pernas desde Sharon Stone. É outro filme de personagens malucos, mas soltos na vida, trágicos demais, perdidos nos mangues da Flórida. Você sai do cinema meio abafado com aquela umidade, aquela violência. Sem previsão para estrear no Brasil.
“Mercenários 2” – Gosto de um bom blockbuster e acho que este foi o melhor de 2012. Mal lembro da história (tinha uma?), mas lembro que bati palmas (instintivamente) quando apareceu Chuck Norris. É saudosista e cômico. E daí que eles não são mais mocinhos?
“Holy Motors” – Há pouquíssimos filmes não-americanos em cartaz em Los Angeles. Sinto muita falta de São Paulo neste quesito. Adorei “Holy Motors” pela anarquia da trama, pela viagem, pela falta do politicamente correto, pela poesia sem ser chato ou babaca. Tem algo parecido com “Cosmopolis”, mas como “Cosmopolis” é chato, presunçoso! “Holy Motors” é filme arte sem blablablá sonolento.
“Prometheus” – Foi o filme de ficção científica de 2012. Fui com expectativa de não gostar, tinha lido críticas e tal, mas saí do cinema maravilhada. Faz belas homenagens ao gênero e leva a história adiante com questões interessantes. Tirando “Distrito 9”, faltam bons filmes de aliens no mercado. Chega de zumbi!
“The Act of Killing” – Vi poucos documentários em 2012, mas este foi de arrepiar os cabelos. Os diretores convencem líderes paramilitares da Indonésia, que chegaram ao poder após golpe militar de 1965, a encenar suas táticas de tortura e matança, como se fosse um filme de verdade. Como os caras são fãs de cinema, eles topam. E o que temos na tela são as confissões e detalhes escabrosos de uma gangue orgulhosa. É polêmico, mas tão poderoso e triste. Sem previsão de estreia no Brasil.
“Django Livre” – Final meio preguiçoso, mais um conto revanchista, mas toda a experiência até chegar lá é incrível.
Menção honrosa:
“A Hora mais Escura” – Acabei de assistir e não sei ainda se coloco na minha lista de melhores do ano. A primeira parte é confusa e pouco interessante (os anos atrás do Bin Laden). A segunda parte é simplista e pouco cinematográfica (quando acham um complexo suspeito no Paquistão, mas demoram para invadir). A terceira é surreal (quando entram no complexo). Mas daí o filme acaba. Gosto muito da personagem, mas já li histórias sobre ela que fazem o filme parecer incompleto demais. Estou digerindo ainda…
Os Piores de 2012
Como todo ano, muitos filmes ruins foram lançados. Elenco aqui os cinco que me surpreenderam pela chatice.
“Cosmopolis” – Sou fã de carteirinha de Cronenberg e esperei muito para o filme abrir aqui nos EUA. Talvez o que matou foi a alta expectativa. Achei maior blablablá sonolento, cinema zero.
“Os Miseráveis” – Não basta ser miserável, tem que cantar E DURANTE O FILME INTEIRO. Há dois ou três momentos incríveis, mas são massacrados por uma cantoria dos infernos. Estreia no Brasil em 1/02
“Curvas da Vida” – Como cansei do Clint Eastwood e seus personagens resmungões. Mal dá pra entender o que ele fala. O episódio da cadeira vazia não ajudou muito no quesito simpatia.
“Para Roma com Amor” – Curto uma novela, uma história italiana bagunçada, mas esta comédia é vergonha alheia. Acho que só o cantor de ópera valeria um filme.
“O Espetacular Homem-Aranha” – Blockbuster mais mala do ano, totalmente desnecessário e careta ao extremo.
Mais uma chata que critica um musical por ser cantado! Se não gosta, pra que perder tempo indo ao cinema? Grande crítica imparcial…
o problema deste musical não é ser musical. é ser cantando por quase 2 horas, sem break. até musical de verdade, no teatro, tem break. este não, é cantando nos mínimos diálogos. cansativo até para quem gosta de musical. ass. a chata.
Otima lista! Alguns nao vi e estou curioso… Nem sabia que o Clint Eastwood tinha voltado.
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Um filme que acabei de ver e gostei muito é o 7 Psychopats, o incluiria na lista.
E concordo plenamente com a crítica do Cosmopolis. Felizmente, alguns dias depois assisti ao Um Metodo Perigoso, então não deu muito tempo para ficar decepcionado com o Cronemberg.
é verdade, esqueci dos 7 Psicopatas, gostei bastante tambem!
Também não gostei de Para Roma Com Amor, achei bem fraquinho, isso pq geralmente os roteiros do Woody Allen são sempre bons.
Fernanda, achei muito bacana sua lista. Estou ansioso, por motivos óbvios, para ver “Paperboy”. Eu incluiria o argentino “Elefante Branco” na categoria melhor filme latino-americano. Gostei muito da trama dirigida por Pablo Trapero. Abraços.
Trapero é o máximo, né? Pena que não vi este ainda. Nem o “No” eu vi. Sinto falta do cinema latino… Abraço!
Nossa, acho q a Fernanda deixou de ver muitos bons filmes em 2012. The perks of being a wallflowers e batman foram um dos ótimos filmes de 2012, por exemplo.
achei bem fracas as criticas…superficiais demais e sem sentido falar onde viu o filme.
Já o teu comentário é muito foda.
Adorei a lista.