Por um segundo, você acha que caiu no mundo de “Pulp Fiction”. “Todo mundo calmo, é um assalto!”, grita um homem armado no meio do restaurante, de pé na cadeira, após beijar a namorada na boca.

Mas logo o garçom traz um drinque, e uma garota parecida com Uma Thurman vem dançar e cantar “You Never Can Tell”. Estou no cabaré “For the Record”, aprovado pelo próprio Quentin Tarantino e que acontece esporadicamente no restaurante Rockwell e outras casas de Los Angeles.

Hoje, por exemplo, dia 16/04, acontece na House of Blues, na Sunset Strip. 

A trupe de 40 artistas interpreta 25 músicas de seis filmes de Tarantino, como “Kill Bill”, “Jackie Brown” e “Bastardos Inglórios”, intercalados com diálogos famosos. No meio do show, garçons trazem comidas e bebidas, às vezes atropelados pelos atores/cantores.

É difícil enxergar John Travolta no ator asiático de voz potente, mas a enfermeira caolha cantando “Bang Bang (My Baby Shot me Down)” é de arrepiar, ainda que a bagunça da cozinha faça um pouco de barulho.

O grupo “For the Record” também faz cabarés em homenagem aos cineastas Martin Scorsese e John Hughes (1950-2009).

Dias 23 e 24 de abril é a vez dos irmãos Coen, no Ace Hotel, em Palm Springs, duas horas de carro de Los Angeles. Entre os filmes que serão lembrados estão “Fargo”, “O Grande Lebowski” e “Bravura Indômita”.