Saiu agora a lista de 11 curtas de ficção que passaram para a próxima fase do Oscar. Os cinco indicados serão anunciados em 10 de janeiro.
A lista começa com o brasileiro Aly Muritiba, que escreveu o roteiro e dirigiu “A Fábrica”, curta de 15 minutos sobre um presidiário que convence a mãe a levar um celular para ele dentro da penitenciária.
Os outros que fizeram a lista são:
“Asad”, de Bryan Buckley
“Buzkashi Boys”, de Sam French
“Curfew”, de Shawn Christensen
“Death of a Shadow (Dood van een Schaduw)”, de Tom Van Avermaet
“Henry”, de Yan England
“Kiruna-Kigali”, de Goran Kapetanovic
“The Night Shift Belongs to the Stars”, de Silvia Bizio e Paola Porrini Bisson
“9meter”, de Anders Walther
“Salar”, de Nicholas Greene
“when you find me”, de Bryce Dallas Howard
Saíram hoje os indicados para o Spirit Awards, prêmio do cinema independente dos EUA. A cerimônia acontece um dia antes do Oscar, em 23 de fevereiro de 2013.
Entre os filmes mais indicados está “Silver Linings Playbook”, que no Brasil ganhou o nome de “O Lado Bom da Vida” e tem estreia prevista para 8 de fevereiro. Na foto acima, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence em cena do filme, que conta também com Robert De Niro.
“Moonrise Kingdom”, atualmente em cartaz no Brasil, também liderou as indicações. Os dois trabalhos vão disputar em cinco categorias cada, incluindo melhor filme, roteiro e diretor.
“Beasts of the Southern Wild”, “Keep the Lights On” e “Middle of Nowhere” tiveram quatro indicações cada, mas nenhum tem ainda data de lançamento no Brasil.
Neste ano, o principal vencedor do Spirit Awards foi “The Artist”, com melhor filme, roteiro, ator e fotografia, prêmios que se repetiram na noite do Oscar. Outros vencedores foram “Margin Call” e “Os Descendentes”.
Veja os indicados do Spirit Awards 2013:
Melhor Filme
Beasts of the Southern Wild
Bernie
Keep the Lights On
Moonrise Kingdom
Silver Linings Playbook
Melhor Diretor
Wes Anderson, Moonrise Kingdom
Julia Loktev, The Loneliest Planet
David O. Russell, Silver Linings Playbook
Ira Sachs, Keep the Lights On
Benh Zeitlin, Beasts of the Southern Wild
Melhor Roteiro
Wes Anderson & Roman Coppola, Moonrise Kingdom
Zoe Kazan, Ruby Sparks – A Namorada Perfeita
Martin McDonagh, Seven Psychopaths
David O. Russell, Silver Linings Playbook
Ira Sachs, Keep the Lights On
Melhor filme de estreia
Fill the Void
Gimme the Loot
Safety Not Guaranteed
Sound of My Voice
As Vantagens de Ser Invisível
Melhor roteiro de estreia
Rama Burshtein, Fill the Void
Derek Connolly, Safety Not Guaranteed
Christopher Ford, Robot & Frank
Rashida Jones & Will McCormack, Celeste e Jesse Para Sempre
Jonathan Lisecki, Gayby
Melhor atriz
Linda Cardellini, Return
Emayatzy Corinealdi, Middle of Nowhere
Jennifer Lawrence, Silver Linings Playbook
Quvenzhané Wallis, Beasts of the Southern Wild
Mary Elizabeth Winstead, Smashed
Melhor Ator
Jack Black, Bernie
Bradley Cooper, Silver Linings Playbook
John Hawkes, The Sessions
Thure Lindhardt, Keep the Lights On
Matthew McConaughey, Killer Joe
Wendell Pierce, Four
Melhor atriz coadjuvante
Rosemarie DeWitt, Your Sister’s Sister
Ann Dowd, Compliance
Helen Hunt, The Sessions
Brit Marling, Sound of My Voice
Lorraine Toussaint, Middle of Nowhere
Melhor ator coadjuvante
Matthew McConaughey, Magic Mike
David Oyelowo, Middle of Nowhere
Michael Péna, End of Watch
Sam Rockwell, Seven Psychopaths
Bruce Willis, Moonrise Kingdom
Melhor Fotografia
Yoni Brook, Valley of Saints
Lol Crawley, Here
Ben Richardson, Beasts of the Southern Wild
Roman Vasyanov, End of Watch
Robert Yeoman, Moonrise Kingdom
Melhor Documentário
How to Survive a Plague
Marina Abramoviæ: The Artist is Present
The Central Park Five
The Invisible War
The Waiting Room
Melhor Filme Internacional
Amour, Michael Haneke
Once Upon A Time in Anatolia, Nuri Bilge Ceylan
Rust And Bone, Jacques Audiard
Sister
War Witch
Tenho um encontro marcado com o ator Bryan Cranston e só consigo pensar, com certa ansiedade, em Walter White, o professor de química de colégio que se transforma no rei da metanfetamina no seriado “Breaking Bad”, famoso pelo chapéu que esconde a careca, o cavanhaque mal encarado e a voz tenebrosa.
Encontro um homem sorridente, com gel nos cabelos, sem óculos, nenhum pelo na cara, vestido com colete cinza de alfaiataria, camisa branca e sapatos impecáveis. Ele me serve água e faz um comentário sobre o calor em Los Angeles.
Walter White, o personagem que lhe valeu três Emmys, não dá as caras. Nem o pai bobão da série família “Malcolm” (2000-2006), nem o dentista sedutor de “Seinfeld”, que interpretou entre 1994 e 1997. Hoje, Bryan Cranston, 56, vive outro papel, não menos inusitado: o de galã de cinema.
Sua carreira deslanchou no último ano e chega agora ao auge, com uma atuação que já desperta rumores sobre uma possível indicação ao Oscar de ator coadjuvante, pelo suspense “Argo”, terceiro longa dirigido por Ben Affleck.
“Atuar é minha droga, é o que me deixa poderoso. Descobri isso aos 23 anos. Não uso droga. Tomo café, às vezes, e só”, diz o ator californiano, que, nos últimos 12 meses, participou do drama “Drive”, do filme-pipoca “John Carter – Entre Dois Mundos”, do remake de “O Vingador do Futuro” e do musical “Rock of Ages: o Filme”. “Amo me esconder na pele de outros.”
Nicole Kidman consegue rivalizar com Sharon Stone na categoria melhor abertura de pernas da história do cinema em “The Paperboy”, um drama violento entre os pântanos e casas abafadas da Flórida dos anos 60.
A australiana faz uma americana sulista de longos cílios postiços, como uma Barbie decadente, obcecada em se corresponder com presidiários. Até que ela conhece um homem à espera da cadeira elétrica (John Cusack) e resolve ajudá-lo a sair da prisão, entrando em contato com uma dupla de jornalistas.
A tensão sexual entre Kidman e Cusack é eletrizante, embora cortada a seco pelas cenas de violência. O diretor Lee Daniels, indicado ao Oscar por “Preciosa – Uma História de Esperança” (2009), consegue tirar o lado mais selvagem de Kidman, 45, e ainda transformar Zac Efron, 24, num ator de verdade.
Ele faz um ingênuo ex-nadador que tem um lance com Kidman. Na cena mais polêmica, (SPOILER ALERT!!) ela faz xixi nele para curar uma queimadura de água-viva. Ele retribui com uma dancinha. De cueca.
Conversei com o ator e diretor Ben Affleck num hotel de Los Angeles sobre o filme “Argo”. O filme tinha acabado de passar em Toronto, com críticas bem boas, e ainda não tinha estreado nos EUA.
Pergunta – O que está achando deste zunzum sobre o Oscar?
Affleck – Estou obcecado em ter este filme lançado. Até agora ninguém pagou um centavo por ele. Até isto acontecer, não vou sentir que é um filme de verdade. Você sabe, os filmes precisam ser vistos, caso contrário qual a razão disto tudo? Você acaba com um DVD de plástico que custou 40 milhões de dólares
Vi “Argo” em Toronto, no mesmo dia em que mataram o embaixador americano da Líbia. O que passou pela sua cabeça vendo aquelas cenas da Líbia, tão parecidas com a de “Argo”, na hora da invasão da embaixada?
Eu vi as notícias com o mesmo alarme e pesar que todas as outras pessoas. Vi o filme tantas vezes que tinha esquecido disto, destas similaridades. Apenas quando voltei [de Toronto] e comecei a falar de novo sobre o filme que… bem… queria que o filme não fosse tão atual, de certa maneira. É triste, é trágico, ainda estamos no mesmo lugar. Toda a pesquisa que fiz olhando para filmes de 1979, as imagens poderiam ser literalmente o noticiário daquela noite. É triste em como é difícil fazer progresso.
Teme que o filme possa gerar alguma polêmica no Oriente Médio? Ainda mais agora com um filme gerando tanta violência (“Innocence of Muslims”)?
O Oriente Médio é um lugar bem complicado. A gente pensa o Oriente Médio como monolítico, mas é cheio de fraturas e divisões. Há muitos países onde o Irã é incrivelmente antipopular, principalmente países com maioria sunita, como Arabia Saudita, Jordânia. Em muitos, não será uma questão [exibir o filme]. Mas, claro, não vai passar no Irã. Não é um filme incendiário, controverso deliberadamente para polemizar. Apenas são fatos que aconteceram 30 anos atrás e que francamente ainda estamos lidando eles.
Qual o desafio de dirigir a si mesmo?
É engraçado porque é ótimo. Uma das coisas sobre atuar para outro diretor é construir confiança. Confiança de que escolhi aquela pessoa e foi uma boa escolha. E quando estou atuando no meu próprio filme, sei que eu farei o que é melhor editorialmente, não preciso me preocupar. Me dou um monte de ‘takes’, tento um monte de coisas diferentes, e confio que quando chegar lá na sala de montagem não me farei passar vergonha.
No cinema, até onde dá para ir além dos fatos reais em favor do entretenimento?
É uma linha fina. Você precisa ver qual é o verdadeiro núcleo da história. Ao contrário, é porcaria, você está mentindo para o público. Há tantos detalhes nesta história, do lado dos canadenses, do lado dos americanos, do lado internacional. Você tem uma minissérie de 12 horas! Então você tem que cometer esses pecados de omissão em ordem de fazer o filme. E também porque o mundo não funciona certinho na fórmula de três atos da estrutura de um roteiro de cinema. Você precisa meio que massagear para entrar nesta estrutura. Isto foi o que Chris Terrio fez de forma tão brilhante. E ele trabalhou com Joshuah Bearman que foi responsável por pesquisar toda a história, que escreveu para a “Wired”. Mas, como diretor, você tem que fazer um filme que seja bom, que seja entretenimento. Não é um documentário, é um filme de ficção baseado em eventos reais.
Houve alguma preocupação em fazer um filme onde os americanos salvam o dia mais uma vez, ainda mais numa história que ficou famosa por dar o status de heróis aos canadenses?
Será uma preocupação quando for para falar com público internacional, que está acostumado a ver ficções onde os americanos são heróis todos os anos e que usam pessoas de outras países para preencher espaços ou ser vilões. Tenho consciência disto, definitivamente. É difícil porque nesta história, ironicamente, era a parte dos americanos que era desconhecida, então estou tentando contrabalancear. Gosto do aspecto internacional de cooperação deste filme, é algo de bom. Diz algo forte em contraste com outros mitos propagados por histórias de americanos batendo a mão no peito e salvando o mundo.
Qual foi a dificuldade em colocar comédia neste thriller tão intenso?
Tinha medo quando comecei porque você precisa do público preocupado com a vida destas pessoas se escondendo em Teerã. E depois vamos para Los Angeles e temos estas cenas leves, cômicas, e depois você volta para Teerã e acha que eles estão ok, que é uma comédia e que tudo ficará bem, não importa. No começo, achava que precisaria fazer algo na direção para fazer a ponte entre as histórias, mas no final percebi que eu precisava apenas eram de bons atores. Alan Arkin e John Goodman podiam dizer as coisas mais absurdas sobre Hollywood e é tudo tão real porque você acredita. Você acredita que estes caras são reais. E quando conseguimos isto, funcionou perfeitamente. Sempre disse que sacrificaria qualquer piada pela seriedade, pela realidade do filme. Se tiver problema, a gente tira. Mas não precisei tirar nada.
E como está se preparando para estas eleições?
Política é um negócio sujo, monopolizado por grandes. Quanto mais dinheiro você tem, mais poder você tem. É feio, não quero fazer parte disto. Mas vou votar no Obama.
Como paternidade mudou sua vida e seu trabalho? [ele tem três crianças]
Você sabe, estas coisas fazem você ficar mais maduro. Definitivamente espero que isto apareça de certa forma no filme.
[nesta hora, uma faxineira do hotel tenta entrar no quarto. Affleck se levanta, abre a porta e conversa em espanhol com a “chica”. Pede para ela voltar mais tarde.]
E como faz para não estragar as crianças? Dá pra fechar a Disney e dar uma festa?
Não acho que eles [Disney] fazem isto… Mas você tocou num ponto importante, estou numa posição muito diferente de quando cresci. E ninguém quer estragar seus filhos. Odeio a ideia de meus filhos crescendo sem entender o valor do dinheiro, de como a maioria das pessoas vive, da dificuldade que a maioria tem. Para ser honesto, minha mulher [Jennifer Garner] toma muito cuidado para que isto não aconteça. Ela é uma força tão forte na nossa vida…. Dia desses, pedimos sorvete para nossas filhas e uma delas pediu um sabor diferente. E ela [Jennifer] disse “não”, “acho que Sarah vai querer morango apesar de ter dito outro sabor”. E eu falei: “Ué, a gente compra outro”. E ela: “Mas isto vai ser um desperdício de sorvete e dinheiro!” E eu pensei: “uau, minha mulher está fazendo o bem!”.
Você disse uma vez que teria dez crianças se ela concordasse.
Eu provavelmente teria, mas como você vê, ela é o chefe da família. Naturalmente é a mulher e seu corpo que decidem.
Clarice Starling dança um tango com Hannibal Lecter, que canta e dá piruetas. “O Silêncio dos Inocentes” (1991) nunca mais será o mesmo após a peça “Silence! The Musical”, em cartaz no teatro The Hayworth até o final do ano, aqui em Los Angeles.
Um coral de ovelhinhas, ou melhor, de atores fantasiados, leva o espectador pela saga da agente do FBI que tenta prender um serial killer com a ajuda de um canibal atrás das grades.
A Clarice da peça é mais sonsa que a personagem vivida por Jodie Foster na tela, mas tem o mesmo sotaque do interior e traquejo no jogging. Já Hannibal, exibindo os mesmos macacões azul bebê e laranja, assusta mais pelos números musicais um tanto eróticos.
“Não se preocupem, ele não vem me pegar. Vai esperar pela sequência”, diz Clarice (Alaine Kashian), após Hannibal (Davis Gaines) escapar da prisão.
A peça-paródia ficou entre as dez melhores de 2011 da revista “Time”. Tenso só mesmo para estacionar o carro perto do teatro, no centro pouco amigável de L.A.
Fui na semana passada na minha “deli” favorita, Canter’s. Eles mudaram o menu recentemente, e as garçonetes antigonas sumiram, mas ainda assim o ambiente vale a pena.
A comida continua OK, como a sopa matzo ball, o sanduba de atum e um strudel de maçã com sorvete de creme (este imbatível!). E tem as figuras mais incríveis da cidade.
Canter’s fica na 419 North Fairfax Avenue. É uma rua interessante, cheia de lojinhas descoladas e restaurantes moderninhos. Canter’s é meio dinossauro.
O lugar já foi set de diversos filmes e seriados e costumava ser ponto de encontro de roqueiros nos anos 80,90. Abriu em 1931 e ainda continua sendo uma negócio de família.
Marc Canter, neto do fundador e hoje dono do lugar, era amigão do Slash, e os Guns batiam cartão no Canter’s. É um dos poucos lugares da cidade que ficam abertos 24h.
Sergey Brin, cofundador do Google, mandou uma mensagem no seu Google+ (a rede social da firma), pedindo que os vencedores das eleições americanas renunciem de seus partidos e sejam independentes.
“… não importa o resultado, nosso governo continuará sendo uma gigante fogueira de partidarismo.” Brin diz que os políticos eleitos que ele conheceu são pessoas bem intencionadas, mas que focam seus esforços em agradar o partido.
“Meu apelo aos vencedores, quem quer que seja: por favor, deixem seus respectivos partidos e governem como independentes (…) É provavelmente a maior contribuição que você pode fazer ao país.”
“I must confess, I am dreading today’s elections. Not because of who might win or lose. Not because as a Californian, my vote for President will count 1/3 as much as an Alaskan (actually it won’t matter at all — I’m not in a swing state). Not because my vote for Senate will count 1/50 as much as an Alaskan. But because no matter what the outcome, our government will still be a giant bonfire of partisanship. It is ironic since whenever I have met with our elected officials they are invariably thoughtful, well-meaning people. And yet collectively 90% of their effort seems to be focused on how to stick it to the other party. So my plea to the victors — whoever they might be: please withdraw from your respective parties and govern as independents in name and in spirit. It is probably the biggest contribution you can make to the country.”
cartaz no bar de Denver, onde ativistas seguiram a apuração dos votos do referendo na noite de terça
Ao som de Bob Marley, conversei com Brian Vicente, diretor da campanha do referendo que legalizou hoje o uso recreativo da maconha no Estado do Colorado.
Folha – O que acontece a partir de amanhã? Não será mais crime fumar maconha em Colorado?
Brian Vicente – Isto acontecerá após assinatura do governador, e ele tem obrigação de fazer isto em 30 dias. Ao mesmo tempo, acredito que a polícia recebeu a mensagem do povo do Colorado, que estamos por aqui com a proibição da maconha, que estamos por aqui com a detenção de adultos por causa de pequenas quantidades de maconha. É um passo a frente.
Folha – E o governo federal, como eles podem interferir?
Brian Vicente – O governo federal não pode impedir o Colorado de legalizar maconha para seus cidadãos, mas pode tentar impedir que o Estado permita e taxe lojas que vendam a droga. Mas estas lojas não vão existir até pelo menos janeiro de 2014. Então temos esta janela de implementação. Acreditamos e temos esperança de que o governo faça a coisa certa e deixe os Estados liderarem esta mudança porque claramente a proibição da maconha é um fracasso.
Folha – Como acha que será a repercussão pelo país?
Brian Vicente – Acho que um bom número de Estados vai dar uma boa olhada para o Colorado e perceber que a proibição custa um bocado de dinheiro para eles, que está enchendo suas prisões. E eles vão dizer: “Olhe para o Colorado, eles estão cobrando impostos sobre isto, estão tirando as drogas das esquinas e colocando nas lojas”. E isto é a melhor coisa para os Estados.
Folha – Sobre os impostos, qual a estimativa de arrecadação?
Brian Vicente – A medida prevê novos impostos de US$ 60 milhões todos os anos para o Colorado, começando em 2014. Depois de cinco anos, acreditamos que este número possa subir para até US$ 100 ou 125 milhões em impostos sobre receita. E esta é uma receita que atualmente está na mão de cartéis, no submundo, e agora poderá ser capturada pelo Estado. Os primeiros US$ 40 milhões arrecadados todos os anos serão dedicados para construção de escolas públicas, seja para fazer novas, reformar ou para atualizar tecnologicamente.
Folha – E os fazendeiros, quando é que eles vão poder começar a plantar cânhamo? Haverá de fato interesse em entrar no ramo?
Brian Vicente – Os legisladores vão decidir as regras ao longo de 2013, como dar licenças para os fazendeiros poderem cultivar cânhamo e também maconha. Então não vamos ver nenhuma grande escala de cultivo nos próximos nove ou doze meses.