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Fernanda Ezabella

Hollywood e outras viagens

Perfil Fernanda Ezabella é correspondente da Folha em Los Angeles

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Entrevista com o filho de John Fante - trechos

Por @ferezabella
02/05/12 07:01

John Fante e seu cão Rocco

Seguindo o post de ontem, vou jogar aqui alguns trechos da entrevista com Dan Fante:

“Meu pai não queria ser interpretado como radical. Queria ser convencional.” 

Sobre a geração Beat:

“John Fante não era um admirador dos beats. ‘On The Road’ é um livro difícil de ler, você tem a impressão de que Jack Kerouac está bêbado o tempo todo, divagando sem parar. Ia contra a convenção literária. Meu pai não achava que era um bom livro e ele estava certo. Apesar de que…. ele admirava as pessoas pelo o que estavam fazendo, pela revolução literária, mas não admirava a literatura particularmente. Mas meu pai gostava de Ginsberg e Ferlinghetti.”

Sobre Charles Bukowski: 

“Ele gostava de Bukowski, tiveram uma grande amizade. Mas meu pai não entendia o oba-oba com sua obra. Ele sentia a mesma coisa que eu. Bukowski era um grande poeta, toda poesia que eu escrevi é realmente por causa dele. Mas não gostava muito de seus romances, não eram grande literatura.”

Sobre religião:

“É bem interessante. Meu pai, quando jovem, teve várias experiências espirituais poderosas. Não coloquei isto no livro, mas talvez devesse. Ele era católico e, quando garoto, tinha visões da Virgem Maria. Ele era bem religioso, era um “altar boy” e foi católico a vida toda. Ia à igreja, não com muita frequência, mas ia. Muitas vezes ficava irritado com o padre, se levantava e ia embora no meio da missa. Mas ele tinha muitos amigos que eram padres e os admirava muito. Ele tinha grande admiração por pessoas de espiritualidade.”

Dois trechos bacanas do livro:

Processo de escrever – “Maior parte de seu trabalho fazia em casa, no meio da noite, entre três e seis da manhã, cartas, romances, roteiros. Desde cedo já sabia que só precisava de quatro horas de sono por dia. Sobrevivia de café e 50 cigarros por dia […] Primeiro escrevia e reescrevi o livro inteiro em sua cabeça. Por meses andava por ai grunhindo diálogos estranhos, rosnando para as pessoas. Depois, finalmente, sentava e escrevia tudo […] Às vezes, no jantar, ele contava um ou dois capítulos inteiros para a família.”

Sempre escritor – “Meu pai era um artista, ganhando, perdendo ou empatando. Ele evitou sua paixão por longos períodos mas nunca a negou […] A maioria de seus romances foi escrita por nada. Não por fama, não para reconhecimento. Ele escrevia porque era escritor […] Este exemplo de perseverança me fez amá-lo com todo meu coração.”

Joyce e John Fante, no final da vida, finalmente em "good terms"

Dicas de John Fante para o filho Dan, tiradas do livro “Fante”:

“Stay with it kid, the more you write the better you will get”.

“Give it until you’re fifty, Dan. You might be a writer too. Just don’t rush it. Let it come to you. Keep trying”.

“Look, I have said before, give it time, kid. A man has to mature, to discover himself. I wish to Christ I’d started later – that I hadn’t derailed my life at the studios.”

Amanhã eu posto aqui sobre a Tour John Fante em Los Angeles

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De carona com o filho do John Fante

Por @ferezabella
01/05/12 07:14
From Dan Fante

Semana passada, peguei uma carona com Dan Fante. Ele me chamou de marciana. “Como assim veio de ônibus?” Assim é Los Angeles, todo mundo tem carro e acha estranho quando alguém surge de busão.

Ele me levou para casa depois de um almoço no Musso & Frank, restaurante mais antigo de  Hollywood, frequentado pelo seu pai, John Fante, e a nata literária da cidade, como Raymond Chandler, Dashiell Hammett e F. Scott Fitzgerald. Charles Bukowski também batia cartão aqui.

Conversamos sobre seu livro mais recente, “Fante – A Family’s Legacy of Writing, Drinking and Surviving”, suas memórias sobre seus dias loucos movidos a álcool, seus subempregos e, claro, a relação com seu pai (1909-1983).

John e Dan Fante em 1949 ou 1950, em Los Angeles

Saiu uma matéria na Ilustrada de domingo, mas o espaço era tão pequeno que me revoltei não deu conta nem de um décimo do assunto. Vou jogar algumas coisas no blog.

Dan, 68, é o segundo dos quatro filhos que John Fante teve com Joyce, morta em 2005. O mais velho, Nick, morreu de tanto beber em 1997. Na foto abaixo, a tatuagem que Dan fez após a morte do irmão.

Além da relação com o pai, o livro também trata da agonia que John sentia de “ter se vendido” para os estúdios de cinema e deixado sua carreira literária de lado.

Filho de imigrantes italianos, John cresceu bastante pobre em Denver, Colorado, e se deixou levar pelos gordos cheques que ganhava como roteirista em Los Angeles, gastos em campos de golfe, longas noites de pôquer, carros usados (em dez anos, acumulou várias dezenas) e, claro, bebedeiras no Musso & Frank.

Também teve a fase dos cachorros. Chegou a ter dez, incluindo o violento Rocco, inspiração para o livro “My Dog Stupid”.

Lembro de reler “Pergunte ao Pó” e “Sonhos de Bunker Hill” e dar risada em voz alta com as canalhices de Arturo Bandini, seu alter-ego. Mas no livro do filho, John Fante aparece apenas canalha, sem o lado cômico.

Dan escreveu seu primeiro romance aos 47 anos, quando não tinha um centavo no bolso e voltava a morar com mãe. Desde os 10 anos ele já arriscava alguma coisa e, certa vez, resolveu mostrar um conto para o pai, que apenas disse: “Esqueça este lixo e se concentre em passar de ano. Face it, you are not a genius, kid.”

Quando fez 30 anos, voltou a falar com o pai. De folga dos empregos bizarros** em Nova York, Dan visitava a casa da mãe em Malibu e lia suas histórias para John, que passou a ser mais receptivo. Ele conta como a relação mudou:

“[Perdoei] meu pai quando percebi que ele não era o inimigo. Eu era o inimigo, eu tinha muitos problemas. Quando percebi isto, passei a ter mais compaixão, em vez de ficar irritado. Fernanda, ele não era uma pessoa fácil. Ele era intenso, meio como Picasso, sempre sofrendo, batalhando. Quando ele percebeu que eu estava escrevendo, começou a me apoiar mais, ficamos mais próximos. Você precisa aceitar seu pai do jeito que ele é. Viramos amigos.”

“É difícil descrever num livro. Mas meu pai era mágico. Quando ele falava, era lindo, parecia apresentador de noticiário de TV, gramática e dicção perfeitas. Era um cara esperto e muito engraçado, que leu de tudo, muito bem educado. Mas uma pessoa bastante incomum. Com uma presença forte. Você o conhece e sabe que está com alguém especial, mesmo sem saber quem é.”

Hoje, Dan tem 11 livros publicados, incluindo um de poesia e duas peças de teatro. A maioria ganhou ótimas resenhas. Recomendo seu romance de estreia, “Chump Change”.

Foi ele quem teve que tomar a decisão de desligar os aparelhos quando John Fante estava nas últimas no hospital. Dan também conta como ajudou John, cego e com as pernas amputadas, a terminar “Sonhos de Bunker Hill”, escolhendo a frase final do livro, uma aspas que Bandini rouba de Lewis Carroll.

Abaixo estão alguns vídeos caseiros que fiz com ele depois do almoço. Reparem nos anéis dourados nos dedos, o piercing no nariz e as pulseiras de ouro. A da mão esquerda foi feita com as plaquinhas de aniversário sem beber (ele tem 25!).




Amanhã eu posto mais uns trechos da entrevista e, nos dias seguintes, sobre a “Tour John Fante” e a “Tour Charles Bukowski” em Los Angeles.

(** Entre os “empregos bizarros” estão: apresentador de circo, vendedor de aspirador de pó, detetive, motorista de mafiosos, conselheiro amoroso, vendedor ambulante em Wall Street. Também foi taxista, motorista de limusine e criador de um programa de rádio com o primeiro super-herói negro dos EUA.)

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Entrevista com diretora de "Derby, Baby!"

Por @ferezabella
30/04/12 07:00

A indústria do roller derby não para de crescer. Além dos patins, roupas esportivas e aparatos de proteção, tudo feito especialmente para o roller derby, há também uma convenção que acontece em Las Vegas desde 2004, dezenas de livros e filmes.

Tem até roupinha para bebê (olha só os sapatinhos da foto abaixo) e uma mulher que vende um áudio de auto-ajuda para roller girls (bizarro!).

Entre os filmes, o mais recente é o documentário “Derby, Baby!”, que estreou em festivais de cinema dos EUA em março e segue agora para a Escócia e Nova Zelândia.

Conversei por telefone com a codiretora Robin Bond, de Denver, e coloco aqui uns trechos do bate-papo. Depois da conversa, ela me mandou um link do filme. Ou seja, a entrevista rolou sem eu ter visto o filme.


“Derby, Baby!” é especial porque mostra o crescimento do esporte fora dos EUA, aproveitando bem o embalo da Copa do Mundo. Nossa jogadora Fernanda “Matadora”, que treina em Stuttgart Valley Rollergirlz (Alemanha), é uma das entrevistadas, como parte da seleção brasileira. Ela diz:

“Nosso time tem 14 jogadoras, das quais dez estão jogando pela primeira vez. Fiquei com um pouco de inveja. É tipo: ‘quando foi seu primeiro jogo?’, ‘na copa do mundo!’. Isto é incrível!”.

A “Matadora” está na foto abaixo, ao lado das “hermanas” da Argentina.

Uma boa resenha do documentário foi feita pela Sugar Slum Fairy, da liga carioca Sugar Loathe Derby Girls.

Pergunta – Como conheceu o esporte?

Robin Bond – Li sobre e fui ver um jogo. Pensei em começar a treinar com elas, mas quem acabou aderindo foi minha filha, na liga júnior. Quando vi o filme “Garota Fantástica”, fiquei ainda mais envolvida. Começamos a filmar aqui em Denver, mas logo percebemos que o fenômeno estava no país todo, então resolvemos levar a história para longe. O ponto principal é que este é um filme não só sobre o esporte e sim sobre mulheres e “empowerment” [não sei como traduzir esta palavra, mas é algo como as mulheres no poder, tomando as rédeas da própria vida], sobre como elas ganham confiança por causa do derby e carregam isto para fora da pista.

Pergunta – Como foi a jornada do filme? Por onde passaram e quantas pessoas entrevistaram?

Robin Bond – Só terminamos agora a produção, depois de quase dois anos e meio. A história não parava, estávamos sempre prolongando as filmagens. Num período de dois anos, o número de ligas subiu de 600 para mais de 1.200 no mundo todo. Fizemos 180 entrevistas e mais da metade está no filme. Fomos para a Irlanda filmar os “try outs” para a Copa do Mundo. E, quando estávamos lá, falamos com gente da Finlândia, Noruega, Escócia e Inglaterra.

Pergunta – Pelo trailer, dá para ver que você aborda o futuro do esporte, profissionalizar ou não. A comunidade está mesmo dividida?

Robin Bond – Acho que está definitivamente dividida, mas me parece que há espaço para todas estas tendências diferentes. Algumas ligas e patinadoras são bastante ambiciosas e querem levar ao nível máximo de atletismo. Outras ligas estão mais curtindo como uma recreação. Talvez um dia haverá ligas mais amadoras e outras mais profissionais. No momento, todos estão procurando seu lugar.

Pergunta – O que mais te surpreendeu sobre o esporte?

Robin Bond – A primeira coisa que eu aprendi, e a razão pela qual eu não entrei para a liga, é o tamanho absurdo de tempo que as patinadoras precisam se comprometer para fazer parte do time. É admirável, fascinante. Parece algo bem legal para fazer, mas eu não poderia me imaginar cuidando da família, do trabalho e ainda enfiar roller derby na agenda. Muitas das ligas dos EUA treinam três, quatro vezes por semana, além do serviço comunitário e dos comitês para fazer a liga funcionar. Foi o que mais me surpreendeu.

Pergunta – Como explica o crescimento do esporte?

Robin Bond – Há muitas mulheres que estão procurando sua tribo, e quando elas se conectam com o esporte e com as outras mulheres, é como se achassem sua casa, sabe? Muitas estão dispostas a fazer qualquer coisa para proteger e ajudar o derby crescer. Também é um ótimo esporte, do lado atlético. É desafiador e elas se divertem melhorando. Fora os fãs, que amam [e são bem malucos – foto abaixo, de um mascote de time].

Pergunta – Muita gente relaciona roller derby com feminismo. O filme aborda este aspecto?

Robin Bond – O roller derby é uma ótima metáfora para o que está acontecendo no movimento feminista. Conversamos com escritoras e sociólogas sobre a nova onda do feminismo, que é realmente sobre mulheres que não negam sua feminilidade, que não tentam ser homens e que aceitam quem são sem pedir desculpas. E no roller derby você tem mulheres quase fazendo graça dos estereótipos, não estão negando e sim exagerando. Meu filme tenta ser uma história maior do que apenas o esporte.


Outros documentários sobre roller derby, citados no livro “Down and Derby”:

“Demon of the Derby” (2001) – sobre Ann Calvello, diva do esporte, patinou por seis décadas

“Jam” (2006) – sobre as tentativas de ressuscitar o esporte nos anos 70

“Hell on Wheels” (2007) – sobre a criação do derby contemporâneo em Austin, Texas

“Blood on The Flat Track” (2008) – sobre o surgimento das Rat City Rollergirls, de  Seattle

E outros filmes de ficção das antigas: “The Fireball” (1950, com Marilyn Monroe!), “Kansas City Bomber” (1972, com Raquel Welch), “Unholy Rollers” (1972).

Fotos – as três primeiras são minhas, as restantes são do filme “Derby, Baby!”

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Roller Derby no Brasil - pós-Copa do Mundo

Por @ferezabella
29/04/12 16:17

Mari Peryl Streep é uma das cofundadoras da liga paulistana Gray City Rebels, fundada no final de 2010. Ela também foi da liga Ladies of Helltown, a primeira do Brasil, criada em 2009, na mesma cidade.

A Mari foi uma das nossas “jammers” na Copa do Mundo, em Toronto. Na foto acima, ela está com a estrela no capacete. O jogo contra a Suécia foi o nosso primeiro. Apanhamos, mas aprendemos tanto… principalmente sobre nós mesmas (a gente nunca tinha jogado juntas!).

Bati um papo com ela sobre o estado do esporte no Brasil e o que mudou depois da nossa experiência no Canadá.

As Rebels treinam três vezes por semana e tem hoje 25 patinadoras “ativas e comprometidas”, além de um preparador físico e dois rapazes que estão se preparando para virarem árbitros. Este é um dos problemas do derby no Brasil, não há árbitros!

Abaixo, um vídeo que a Gray City Rebels fez de um treino delas. Veja mais vídeos bacanas na página no Vimeo.


Pergunta – Depois da Copa do Mundo, o que aconteceu com o esporte no Brasil?

Mari Peryl Streep – O interesse pelo esporte tem crescido bastante. A nossa liga, por exemplo, recebe em média dez e-mails de meninas interessadas por semana. Quanto ao roller derby em território nacional, as ligas estão mais empenhadas em fazer com que o esporte se desenvolva e que haja integração e interação entre as brasileiras que praticam roller derby, não só no Brasil, mas pelo mundo também.

Pergunta – Quais as principais dificuldades de praticar o derby no brasil?

Mari Peryl Streep – Uma das maiores dificuldades é não ter um lugar próprio para a prática do esporte. Em São Paulo, por exemplo, alugar uma quadra para os nossos três treinos semanais é extremamente caro. Então treinamos duas vezes por semana no parque Ibirapuera (e ficamos sujeitas às mudanças climáticas, pois não dá para patinar com a quadra molhada) e uma vez por semana em uma quadra fechada na Liberdade, pela qual pagamos o aluguel com o dinheiro da mensalidade que cobramos das meninas da liga.

Pergunta – Quanto custa levar uma treinadora “gringa” para fazer “bootcamps” (treinos intensivos) no Brasil?

Mari Peryl Streep – Depende de quantas pessoas participam. Em abril do ano passado, nós trouxemos uma jogadora de Montreal, a Georgia W. Tush, pagamos a passagem aérea dela e o aluguel de uma quadra, por quatro dias, em um clube daqui de São Paulo. Tudo ficou em torno de R$ 5 mil. Hoje em dia, um ano depois da visita da Tush, as coisas estão bem diferentes. Como o esporte está crescendo, ninguém mais quer vir de graça, então a liga que quer realizar um bootcamp tem que arcar com a passagem, estadia em hotel, alimentação e espaço para o bootcamp. Isto tudo, por baixo, sai em torno de R$ 7 mil.

Na foto acima, Tush na Copa do Mundo, após quebrar a clavícula num jogo. Abaixo, as “rebels” treinando em São Paulo.

Ajude a trazer uma treinadora ao Brasil e Argentina

Primeiro Brasileirão de Roller Derby (no Rio, em outubro)

Fotos – a primeira é do Nicolas Charest, a segunda é minha e a terceira é da liga GCR.

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Meu caso com o roller derby - links

Por @ferezabella
28/04/12 07:00

No domingo, na revista Serafina, da Folha de S. Paulo, tem um depoimento meu sobre minhas experiências no roller derby (foto abaixo, da Peryl Streep). Como não deu para falar do esporte no Brasil, publico alguns links das ligas brasileiras, além de um vídeo da minha liga aqui em Los Angeles.

Em São Paulo, existem dois times que treinam regularmente e estão sempre atrás de novas patinadoras. Quatro representantes de cada estavam comigo na Copa do Mundo de Roller Derby, em Toronto, no final do ano passado. Sou eternamente grata a elas por terem me convidado para fazer parte da seleção brasuca.

Procurem lá:

Gray City Rebels

Ladies of Helltown

No Rio de Janeiro, tem as Sugar Loathe Derby Girls, que também participaram da Copa e têm treinos regulares no Rio (além de um blog bem caprichado, cheio de notícias sobre o esporte em português).

Se você não é de SP ou Rio, procure alguma destas ligas que elas sabem sobre times em outras cidades.

Abaixo é um vídeo da liga Los Angeles Derby Dolls, onde eu treino faz um pouco mais de um ano. Elas transmitem pela internet seus jogos; veja o calendário da temporada.


Outro lugar para ver jogos ao vivo pela internet e acompanhar o noticiário em inglês é o Derby News Network.

Alguns posts antigos sobre a Copa do Mundo, na versão antiga deste blog 

Amanhã, posto aqui uma entrevista que fiz com uma das fundadoras da liga Gray City Rebels, Peryl Streep.

E, na segunda-feira, dou a entrevista com Robin Bond , codiretora do documentário “Derby Baby: A Story of Love, Addiction and Rink Rash”, que tem feito a ronda dos festivais de cinema desde março. Trailer abaixo.


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O bairro mais maconheiro da Califórnia

Por @ferezabella
27/04/12 07:00
From Maconha em Oakland

A cidade de Oakland fica perto de San Francisco, na Califórnia.

Até março, a prefeitura só dava permissão para quatro lojas de maconha medicinal (agora são oito). Em comparação, no auge do negócio, Los Angeles chegou a ter milhares, mais até do que Starbucks.

Ainda assim, Oakland virou um importante centro da indústria graças ao ativista Richard Lee, principal concorrente da Harborside (a maior loja de maconha do mundo) e responsável pelo plebiscito fracassado da legalização da droga no Estado em 2010 (ele gastou US$ 1,5 milhão do próprio bolso no referendo).

From Maconha em Oakland

Lee é fundador de uma escola da maconha, de um museu da maconha, de uma revista de maconha e de uma loja de maconha, tudo localizado no mesmo bairro do centro da cidade, apelidado de Oaksterdam, trocadilho com Amsterdã.

Mas o futuro do bairro está em jogo desde que a Polícia Federal fechou os estabelecimentos  no começo do mês (o governo federal considera maconha droga ilegal, apesar do Estado dar permissão de venda para clientes cadastrados).

Lee deve ir a tribunal e pode pegar pena de mais de 13 anos. Será mais um longo capítulo de sua história defendendo a planta. Ele acha que está sendo “punido” por causa do referendo de 2010 e agora quer vender seus negócios, praticamente falidos após a apreensão.

From Maconha em Oakland

Oaksterdam University é a primeira escola do país com cursos sobre a indústria da maconha. Foi fundada em 2007 e tem unidades em três outras cidades. Já treinou mais de 15 mil alunos e dá aulas para aprender a plantar outdoor ou indoor, aulas de direito, de história, ciências etc.

O museu fica a um quarteirão de distância da escola e tem entrada gratuita. É um museu bem mambembe, meio feira de ciências. Conta a história da planta e expõe objetos feitos de maconha, como uma bandeira dos EUA e uma pia de cozinha.

From Maconha em Oakland
From Maconha em Oakland
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A maior loja de maconha do mundo - vídeos

Por @ferezabella
26/04/12 07:04
From Maconha em Oakland


Acima, foto e vídeo, é Stephen DeAngelo, diretor-executivo da Harborside Health Center, maior loja de maconha legalizada do mundo, em Oakland, Califórnia (veja mais no post abaixo). Ele mostra uma das vitrines e sua seleção de “remédios”. “Temos de tudo desde loções, tinturas (?), cápsulas, óleos, concentrados e, claro, ‘cannabis flowers'”, diz.


O vídeo acima é com o vendedor Austin. Ele diz que tem para vender diariamente entre 50 e 70 variedades da planta. Afirma que algumas são boas para dor ou inflamações, outras para abrir o apetite (embora nada disto esteja comprovado cientificamente). Cada muda custa em média 12 dólares.

A Harborside Health Center foi tema de um programa de TV de quatro episódios da Discovery nos EUA, no final de 2011. A série “Weed Wars” será exibida em junho no Brasil.


O vídeo acima, do programa, mostra a entrevista que o candidato a comprador de maconha medicinal tem que passar para poder comprar a carteirinha. Abaixo, o “trailer” de “Weed Wars”.


Mais vídeos da série podem ser vistos no site oficial da Discovery Channel

Maconha nos EUA
Em 1937, vira droga ilegal.
Em 1996, California legaliza uso medicinal.
Hoje, 16 Estados possuem leis parecidas.

Colorado é o único Estado que permite lucro das lojas
O governo federal ainda considera droga ilegal, como heroína
Governo de Barack Obama, que havia prometido respeitar leis estaduais, já conduziu mais de 200 ações de apreensão contra plantadores e lojas

Na Califórnia, em março, Oakland aprovou a abertura de outras quatro lojas, levando o total para oito. Enquanto isso, em Los Angeles, a prefeitura estuda uma proibição geral dos estabelecimentos, que variam de 500 a 1.000.

AMANHÃ – publico aqui sobre o bairro de Oaksterdam, trocadilho com Amsterdã, onde existiam um museu da maconha e uma escola da maconha. Ambos foram fechados pela polícia em abril e seu futuro agora é incerto.

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A maior loja de maconha do mundo

Por @ferezabella
25/04/12 07:49
From Maconha em Oakland

No começo deste ano visitei a Harborside Health Center, em Oakland, na Califórnia. É o maior estabelecimento de venda legal de maconha do mundo, mais de US$ 22 milhões por ano.

O fundador da empresa (sem fins lucrativos) é Stephen DeAngelo, que entrevistei durante minha passagem e que fez um tour pela loja gigante, num galpão fora do centro da cidade. Havia fila para entrar, e um detector de metais na porta. Dentro, aquele cheiro de grama molhada.

A matéria saiu na Folha de domingo:

“Rainha dos Sonhos”, “Alienígena” e “Copa Cabana” estão entre os medicamentos à venda nas prateleiras da Harborside Health Center, após o visitante passar por um detector de metais e uma fila de meia hora. O estabelecimento na cidade californiana de Oakland está longe de ser uma farmácia comum, ainda que seu diretor-executivo, Stephen DeAngelo, faça questão de chamar de “pacientes” seus 104 mil clientes cadastrados.

Os nomes curiosos estão nas etiquetas de 60 variedades de maconha, ou “medical cannabis”, num grande galpão transformado numa loja de iluminação natural, piso de madeira clara e um cheiro de terra molhada.

“Queríamos criar um ambiente no qual o paciente possa sentir que isto é normal, apenas uma loja a mais que ele vai ao longo do dia. Não precisa ser rastafári ou punk rock para se sentir confortável aqui”, explica DeAngelo. Continua…

A foto acima é do vendedor Austin. Abaixo divido algumas fotos que tirei no local.

From Maconha em Oakland
From Maconha em Oakland
From Maconha em Oakland
From Maconha em Oakland

Harborside Health Center em números

Fundada em 2006 com investimento de US$ 400 mil, pago em 18 meses.
Duas unidades na Califórnia – Oakland (80 funcionários) e San José (40 funcionários)

Clientes cadastrados – 104.000
Clientes por dia – 600 a 800

Provedores – 1.000 plantadores independentes na Califórnia
Limite de compra por semana por usuário: 57 gramas de maconha

Câmeras de segurança – 24
Estacionamento – 55 vagas

Faturamento 2011 – US$ 22 milhões
Impostos 2011– US$ 3 milhões, incluindo mais de US$ 1 mi para Oakland

Gastos com compra de maconha – US$ 14 milhões
Tipos de maconha vendida – 50 a 70 variedades
Preço – grama de US$ 12 a US$ 17

Sobre o processo de seleção da maconha:

“Temos um controle de qualidade de dois estágios. No primeiro passo, meu agente de compra vai olhar bem cuidadosamente o material, em luz natural, com lente de aumento e com microscópio. Vai sentir com as mãos, cheirar. Uma pessoa bem treinada consegue com esse procedimento identificar se é boa. E, neste processo, a gente rejeita 90% do que é apresentado. Não porque é ruim, mas porque temos um padrão muito alto, estamos no epicentro do cultivo da maconha, podemos ter este luxo. Na sequência, levamos para uma análise de laboratório para descobrir a potência do medicamento, o perfil da planta, para saber se é algo que a gente precisa ter em nosso estoque naquele momento.”

Amanhã eu posto aqui uns vídeos amadores que fiz no local, com outros dados sobre a droga nos EUA. E na quinta falo sobre o bairro maconheiro de Oakland, chamado Oaksterdam, trocadilho com Amsterdã.

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Parque do Grafite - Austin, Texas

Por @ferezabella
24/04/12 05:42
From Parque do Grafite em Austin, Texas

Enquanto na Vila Madalena, São Paulo, o pessoal do “Beco do Batman” não deixa mais ninguém fotografar os grafites dos muros sem autorização, em Austin, no conservador Estado do Texas, um parque a céu aberto faz a alegria dos fotógrafos, grafiteiros e curiosos de passagem.

O Beco do Batman é aquela ruazinha na Vila Madalena toda grafitada. Recentemente andaram reclamando no Facebook que agora é proibido tirar fotos no local. Grafiteiro quer fazer arte na rua e proteger a imagem.

Fiquei sabendo pelo Twitter da colega Ana Bean. E quem reclamava no Facebook era o Rodrigo Guima.

Dias depois de saber da história do Beco, eu estava em Austin, neste “parque” absurdo das fotos aqui no post. Parque entre aspas porque na verdade é um lugar todo “abandonado”. E abandonado entre aspas porque tinha um monte de gente por lá.

Um grupo de guris de San Antonio (uma hora de Austin) grafitava por cima dos trabalhos, algo que parece meio comum no parque. Levaram até um facão para cortar o matão e deixar os desenhos mais visíveis.

Havia também uma turma de modelos preparando um ensaio fotográfico. Dá para ver tudo isto tudo nos vídeos amadores que fiz, no pé do post.

O parque fica na Baylor Street, na altura do número 1100.

From Parque do Grafite em Austin, Texas
From Parque do Grafite em Austin, Texas
From Parque do Grafite em Austin, Texas
From Parque do Grafite em Austin, Texas

Vídeos que fiz no final de semana:



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Cenas de Austin, Texas

Por @ferezabella
24/04/12 03:57

Acima, vista dos principais prédios do centro de Austin, com o capitólio ao centro. Dizem que é o mais alto capitólio dos EUA, incluindo o de Washington.

Abaixo é a famosa torre de Austin, onde o estudante e ex-fuzileiro naval Charles Whitman subiu em agosto de 1966 e começou a atirar nas pessoas dentro e fora do campus da Universidade do Texas. Matou 16 e feriu outras 32.

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