“Luck”, série nova da HBO
“Vocês querem cheirar minhas bolas?”. A pergunta vem com uma risada do ator Dustin Hoffman, que segura um drinque na mão direita e estende a esquerda para o pequeno grupo de jornalistas sentados num quarto de hotel em Los Angeles.
Ele quer mostrar a nova invenção de sua mulher, uma pulseira de bolinhas com fragrância.
“Estava no Globo de Ouro e minha coisa favorita era testar a confiança dos homens. Perguntei isso para Mark Wahlberg e tudo bem. Depois para Harvey Weinstein e ele me mandou para aquele lugar”, disse Hoffman, dando um golinho no coquetel vermelho. “Não é ‘bloody mary’, não. É ‘virgem mary’.”
Hoffman veio falar sobre corrida de cavalos, tema do novo seriado da HBO, “Luck” (sorte). A série com nove episódios foi criada por David Milch (“Deadwood”), um dos produtores-executivos ao lado de Michael Mann (“Inimigos Públicos”), diretor também do piloto. Continua…
“Os Homens que Não Amavam as Mulheres”
É de perder a conta a quantidade de penteados que a atriz Rooney Mara desfila nas cenas de “Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres”, em que vive o papel de uma hacker antissocial com talento para caçar criminosos, voando de moto pelas ruas geladas de Estocolmo.
O trabalho intenso para entrar na pele da personagem Lisbeth Salander, além das pesquisas de cabelo e tatuagens, acabou rendendo a Mara sua primeira indicação ao Oscar neste ano.
Vai competir com as veteranas Glenn Close (“Albert Nobbs”), Viola Davis (“Histórias Cruzadas”), Michelle Williams (“Sete Dias com Marilyn”) e Meryl Streep (“A Dama de Ferro”).
O filme, dirigido pelo americano David Fincher (“A Rede Social”) e indicado ao Oscar em outras quatro categorias técnicas, é baseado no best-seller do autor sueco Stieg Larsson (1954-2004), cuja trilogia “Millennium” já foi levada aos cinemas por diretores europeus em 2009.
“Fui a um centro de vítimas de estupro, conversei com algumas mulheres e li muito sobre isso. Também visitei uma escola que ensina crianças com autismo”, disse Mara, 26, numa conversa com jornalistas em Cancún, no México, acrescentando que teve aulas de computação, kickboxing e motocicleta para encarnar a personagem. Continua…
“Os Descendentes”
Oito anos depois do sucesso de “Sideways – Entre Umas e Outras” (2004), o diretor Alexander Payne volta à carga com outro drama sobre um homem ansioso que decide pegar a estrada para uma jornada de reavaliação pessoal.
Desta vez, no lugar das vinícolas californianas, seu protagonista transita pelas praias do Havaí. E, no lugar do amigo baladeiro, ele tem a companhia das duas filhas.
“Os Descendentes” foi indicado a cinco categorias do Oscar, incluindo melhor filme, direção e ator (George Clooney). O protagonista já recebeu um Globo de Ouro, e o longa também ficou com o troféu de melhor drama.
Clooney vive o patriarca que tenta manter a família unida quando sua mulher sofre um acidente de barco e entra em coma. Ele descobre que ela tinha um segredo e parte em busca de compreensão, com a ajuda da primogênita (Shailene Woodley, da série “A Vida Secreta de uma Adolescente Americana”).
A recorrência de filmes de estrada e personagens masculinos confusos (“As Confissões de Schmidt”, de 2002, também se encaixa nesse perfil) no currículo de Payne não é proposital, diz o diretor. “Em retrospecto, percebo que acontece de forma intuitiva”, afirma ele, vencedor do Oscar de roteiro por “Sideways”. “Gosto de capturar angústia dos meus protagonistas”, completa. Continua…