Uma antiga prisão e um velho hotel de Los Angeles, além de alguns bares, estão na rota do tour Raymond Chandler (1888-1959), que acontece no sábado, organizado pela Esotouric.
Um dos mais famosos escritores do romance policial, Chandler nasceu em Chicago, cresceu em Londres e veio para a Califórnia em 1912.
O passeio de ônibus leva até o hotel na região de Skid Row que aparece no romance “A Irmãzinha” (1949), onde um homem careca morre ao ter um furador de gelo fincado no pescoço.
Passa também em frente à antiga cadeia na qual Chandler dormiu algumas vezes por embriaguez –e tirou suas inspirações para a solidão de seu detetive Philip Marlowe em “O Longo Adeus” (1953).
O prédio em que Marlowe morava em “A Dama do Lago” (1943) está na lista, assim como o Bridge Room, no Los Angeles Athletic Club, um dos lugares favoritos do escritor. O tour refaz sua trajetória pela cidade desde a juventude pré-literária, quando trabalhou no escritório de uma refinaria, e segue até os anos dourados em Hollywood.
Uma das paradas do passeio de quatro horas acontece na sorveteria Scoops, que cria sabores inusitados em homenagem aos romances noir. Tem sorvete de café com Jack Daniels, Guinness com chocolate e até nicotina (com chiclete Nicorette).
O passeio custa US$ 58 e repete de novo em 10 de agosto. Site oficial.
Foto AP – O autor está enterrado ao lado de sua mulher em San Diego, sul da Califórnia
Alexandre Cammas, francês fundador do Le Fooding, movimento culinário e guia anti Michelin, esteve em Los Angeles para um de seus eventos de intercâmbios entre chefs locais e franceses.
Ele falou sobre o que achou de melhor da comida da cidade à revista “Los Angeles”. Disse que comeu aqui o melhor prato italiano do último ano (no “mozzarella bar” do restaurante Mozza) e a melhor pizza de 2013 (no Bestia).
Também ficou impressionado com o food truck Kogi, um dos pioneiros da cidade.
Então anotem aí:
Bestia (2121 E. 7th Place) – Outro essencial de 2013 da “LA Weekly”. Abriu no final do ano passado. Não espere pizza portuguesa, mas eles têm “Margherita”. Outros sabores: “Guanciale” (toucinho italiano, ricota e ‘brussel’) e “Tartufo e Acciughe” (trufas negras, anchova e grana padano). Site oficial.
Kogi food truck (siga no twitter para saber onde está: @kogibbq) – Um dos trucks mais famosos da cidade, mistura comida mexicana com temperos coreanos (como tacos com carne de porco picante e quesadillas de kimchi). Roy Choi ganhou o prêmio “Best New Chef” da publicação Food and Wine de 2010, o primeiro a ir para um food truck.
Capa do livro de Roy Choi, a ser publicado pelo selo de Anthony Bourdain na editora Ecco
Fachada da casa de Chris Brown em Hollywood Hills, com Lamborghini estacionado – Foto by Fer Ezabella
Chris Brown, rapper e ex-de Rihanna, recebeu uma intimação da prefeitura para retirar os grafites que tem na entrada de sua casa em Hollywood Hills.
Segundo o Los Angeles Times, Brown levou uma multa de US$ 376 dólares por “sinalização ilícita e excessiva”. O valor pode triplicar se o grafite não for removido em 30 dias.
“Há muitos bebês e muitas crianças no bairro e estão todos literalmente assustados. São como demônios pintados nos muros”, disse ao jornal Patti Negri, que lidera uma associação de moradores de Hollywood.
O TMZ tem uma foto de abril mostrando o próprio Brown fazendo os grafites. O rapper foi ao Twitter se defender no final de semana:
“Há criaturas mais assustadoras em Harry Potter. Vá cuidar da sua vida!”, escreveu.
A casa foi desenhada pelo arquiteto Jay Vanos, conhecido na cidade pelas construções de estilo modernista.
Passei por lá no domingo (2738 Rinconia Drive) e realmente as pinturas assustam. Mas não de medo…
medinho? foto by fer ezabella
na escada à direita, mais criaturas de Brown – foto by fer ezabella
A moda dos restaurantes “food trucks” deu origem a vários outros “trucks”, como lojas de roupas ou discos sobre rodas, instaladas em simpáticos caminhões. A mais interessante de todas é a The Library Store on Wheels, uma loja móvel cujas vendas beneficiam as dezenas de bibliotecas de Los Angeles.
Mas não são os livros que se vende ali, e sim os produtos para fanáticos por livros que chamam a atenção. Em destaque estão a caneca amarela com a frase “Reading is Sexy” (ler é sexy) e os pôsteres de Edgar Allan Poe e Truman Capote. Outros favoritos são capas de iPad e camisetas com a capa de clássicos de Jane Austen e Anthony Burgess.
Há também os melhores suvenires turísticos de L.A., como bolsas de pano ou copos de vidro mostrando os principais bairros da cidade, braceletes feitos por comunidades locais e guias de restaurantes e parques.
A Library Store também pode ser achada on-line (lfla.org/store).
“Uau!” É minha primeira reação quando a telinha do Google Glass acende em cima do meu olho direito e, surpresa, mostra as horas. Já quando me olho no espelho, a impressão é: “Ai…”. A novidade é futurística e tem incrível potencial, mas há um quê de cafonice em andar nas ruas com um trambolho na cara.
O aparelho é uma das tecnologias mais aguardadas dos últimos anos e deve chegar ao mercado em 2014. O preço salgado e o estilo inusitado colocam em dúvida o sucesso, sem contar as questões de privacidade.
A Folha teve acesso a uma das 2.000 unidades da versão Explorer que a empresa começou a vender na última semana pelo equivalente a R$ 3.000. Só pôde comprar quem se registrou no Google I/O 2012, evento para desenvolvedores. Por enquanto, ainda está em fase de experimentação e com poucos serviços on-line. Continue lendo aqui
Muito tem se falado sobre a estética do Glass. É nerd demais ou meio cafona, não? Fiz uma compilação abaixo das apostas do cinema e das bizarrices que os famosos usam na cara. Na boa, sou mais o Glass, não?
Geordi La Forge, personagem de “Star Trek”
“Homem d Ferro 3”
“Futurama” – vídeo abaixo
Agora, falando da vida real, Google Glass ou…
Bono, colecionador incansável de óculos esquisitos.
Tim Burton, outra figura de gosto estranho para óculos
Estava na dúvida entre escrever sobre o show dos Rolling Stones que aconteceu na sexta-feira em Los Angeles, o primeiro oficial da nova turnê, ou sobre o Google Glass, que peguei na quarta-feira (tem matéria hoje na TV Folha e amanhã no caderno TEC). Então resolvi falar sobre os dois, já que fui ao show com os “óculos”.
O Glass é ótimo para gravar shows. Você não incomoda ninguém, ao contrário dos infelizes que gravam com o iPad e atrapalham a visão de quem está atrás. Até o próprio usuário consegue ver o show melhor, ao vivo, sem ter que ficar monitorando ou assistindo via tela da câmera (no Glass, a tela fica em cima do olho, não na frente da visão).
foto feita com Google Glass
O problema é que eu estava longe do palco, então os vídeos não ficaram legais. Adoraria ter gravado Mick Jagger cantando “Emotional Rescue”, primeira vez na história que a banda toca esta canção ao vivo. Ou ainda os dentes novos de Keith Richards. Meu deus, dava para ver no telão, tinindo de novos. Ele cantou duas músicas – “Before they Make me Run” e “Happy”.
Mick Taylor apareceu em “Midnight Rambler”, e Gwen Stefani fez uma péssima performance em “Wild Horses”. Primeiro com uma peruca loira longuíssima que a fez parecer uma cópia de Lady Gaga. Segundo porque ela zuou toda a letra. Enfim, foi uma pena porque eu gosto dela.
Outra coisa interessante com o Glass foi gravar as pessoas na fila para pegar os ingressos, sem terem a menor ideia de que alguém as filmava (provavelmente as câmeras do Staples Center também as filmavam…). Pensei em gravar os fdp cambistas e toda aquela negociação nojenta que eles fazem, mas não vi nenhum.
Isto porque os Stones não estavam vendendo bem os ingressos, foi um fiasco total!
Então os organizadores fizeram umas semanas antes umas promoções malucas. Passaram a vender ingressos a U$ 85 (obrigatório comprar dois) e fizeram uma “loteria” para dar lugares melhores no estádio. Então eu paguei US$ 85 e acabei numa área onde os ingressos custaram inicialmente US$ 485 (não, nem era pertinho, mas havia lugares piores).
Mesmo com o povo tenso na fila (foi meio desorganizado para os padrões americanos), pelo menos duas pessoas vieram falar comigo sobre o Glass, curiosas. Uma tirou até foto. Dentro do estádio, outro veio perguntar. E sim, muita gente olhava, intrigada, mas acho que minha franja escondia um pouco o Glass. É um look ciborgue e isto pode ser traduzido facilmente como breguinha, fato.
Mas depois de um tempo, eu esquecia que estava com o Glass. Pedi para meu marido usar um pouco. Honestamente não achei tão estranho nele. Talvez tenha me acostumado. Afinal, é apenas um óculos com um aro bem grosso (e uma câmera…).
Ciborgue Fer
O Dean (Goodman, marido) estava em seu 202o show dos Stones (clique aqui para ver fotos decentes e a resenha dele)! Sim, já viu os Stones 202 vezes. E ele apareceu no vídeo no início do show, quando fãs falam sobre os Stones. Havia fãs anônimos e fãs estrelas como Cate Blanchett, Johnny Depp e Iggy Pop. Sim, esta foi a melhor parte da noite pra ele.
Para os fãs hardcore, a empolgação vem quando há músicas raras (como “Factory Girl”, que Jagger cantou no violão acústico). As clássicas, como “Satisfaction” e “You Can’t Always Get What You Want”, são arroz com feijão.
Para saber mais sobre o Google Glass, não percam a edição de amanhã do caderno TEC, da Folha de S. Paulo. E hoje também na TV Folha (mas, por favor, dêem um desconto para minha falta de jeito com a câmera).
Nas próximas semanas, prometo ir postando aqui vídeos e fotos com o Glass. Aceito sugestões de lugares inusitados para testar o Glass!
Abaixo, um vídeo patinando na pista inclinada de roller derby.
Na dúvida entre fazer ginástica ou levar o cachorro para passear? Que tal os dois? A ideia veio de uma academia canina de Hollywood, especializada em ensinar bons modos e manter os animais em forma, chamada Zoom Room.
A partir deste mês, o local oferece aulas indoor para os cães e seus donos, ao mesmo tempo.
Os animais precisam ter prova de vacinação e serem bem treinados: obedecer quando tiver que sentar ou deitar, e nada de ficar latindo! Eles ficam na coleira e têm aparelhos especiais na sala, enquanto seus donos suam com abdominais e agachamentos.
Cada aula “cross-training” vai custar R$ 60.
A academia conta também com a classe “Hollywood Dog”, para ajudar seu cachorro virar um “astro”, e “Pup-lates”, que usa aparelhos de academia de humanos para fazer seu cachorro perder uns quilinhos.
Tem muita opção de hambúrguer em Los Angeles, como em qualquer outra cidade americana (aqui, em especial, não deixem de ir no In-n-Out). Mas tem também muitas opções de comida rápida e saudável.
Dois lugares que gosto muito: Veggie Grill e Lyfe Kitchen.
VeggieGrill em Los Angeles
O primeiro é uma franquia de restaurantes vegetarianos que fingem não ser vegetarianos. O cardápio tem uma parte só para “burgers”, mas sem carne. E tem vários pratos com “chikin” e “carne asada”, mas também sem carne. Tudo muito estranho, mas muito gostoso.
Tem também muitas saladas com quinoa e couve (“kale”), o vegetal da moda. De sobremesa, recomendo o bolo de cenoura ou o cookie de chocolate.
Bolo de cenoura – foto do site http://shopeatsleep.com/
Chickin’ wrap – foto do http://shopeatsleep.com/
Tem um Veggie Grill do lado do meu cinema favorito, o Archlight Hollywood. A franquia com sede em Santa Mônica (Califórnia) dobrou de unidades em 2012 e promete dobrar de novo em 2013. Hoje, são 16 locais nos Estados da Califórnia, Oregon e Washington.
Lyfe Kitchen em Culver City, com uma horta vertical ao fundo
Já o Lyfe Kitchen é a nova aventura gastronômica de Mike Roberts, que passou três décadas trabalhando no McDonald’s, incluindo dois anos como presidente global. Ele saiu da empresa para ir em busca de comida saudável para as massas, com gosto e sem culpa.
O primeiro Lyfe Kitchen (o nome significa “love your food everyday”, ame sua comida todos os dias) abriu em 2011 na cidade de Palo Alto, no Vale do Silício, na baía de San Francisco. A unidade em L.A. abriu neste ano, em Culver City. Outras dez nos EUA devem começar a operar até o final do ano.
Roberts diz que a comida tem “preço baixo” e é feita rapidamente, como numa rede de fast food, mas os termos são relativos. Em média, os pratos levam oito minutos para ir à mesa e custam de US$ 8 a US$ 15 (R$ 16 a R$ 30).
Chocolate Budino – foto do lyfekitchen.com
Não tem Coca-Cola, e sim “refrigerantes de ervas”, como um de morango com alecrim e água com gás, além de vinhos e cervejas orgânicos. Minha sobremesa preferida é um creme de chocolate que substitui leite por leite de coco (foto acima).
O prato mais popular é o “fish tacos”, duas tortilhas com peixe grelhado e salada, com 527 calorias e 734 mg de sódio, segundo o cardápio.
Fish tacos – foto do www.lyfekitchen.com/
“Tive uma grande experiência no McDonald’s, respeito a empresa. Agora quero aproximar fazendeiros, agricultadores e donos de restaurantes”, disse Roberts à Bloomberg.
O executivo deixou a multinacional em 2006 após ficar conhecido por acrescentar ao cardápio da rede itens saudáveis como saladas, iogurte e maçãs.
O músico nova-iorquino Moby se apaixonou tanto por Los Angeles que virou uma espécie de porta-voz da cidade.
Ele se mudou para cá faz alguns anos, mora no bairro Los Feliz e, desde janeiro de 2012, mantém um blog só sobre a arquitetura “desconcertante, bizantina e paradoxal” de L.A., com fotografias e comentários bastante frequentes (http://mobylosangelesarchitecture.com/).
Foto do Moby Los Angeles Architecture Blog
Entre abril e julho, Moby será garoto-propaganda de um mega evento sobre arquitetura que acontecerá nos principais museus de L.A. chamado “Pacific Standard Time Presents: Modern Architecture in L.A.”.
“L.A. tem a arquitetura mais diversa e interessante de qualquer outro lugar do planeta”, disse o “alien careca”, autoapelido de Moby no Twitter, no vídeo que fez para divulgar o evento de R$ 7 milhões.
Serão cerca de dez exposições para celebrar arquitetos que deixaram suas marcas no ensolarado sul da Califórnia, como o austríaco Richard Neutra (1892-1970) e o canadense Frank Gehry, de 84 anos.
No Getty, por exemplo, abriu neste mês “Overdrive: L.A. Constructs the Future, 1940–1990”, com uma série de palestras sobre o tema até 21 de junho. Mais aqui.
No Hammer Museum, haverá uma retrospectiva do americano A. Quincy Jones (1913-1979), de 25 de maio a setembro. Mais aqui.
E Lacma exibe até agosto “Stephen Prina: As He Remembered It”, sobre o diálogo entre a arquitetura moderna californiana e a arte contemporânea. Mais aqui