Meu papo com Bryan Cranston
26/11/12 07:00Tenho um encontro marcado com o ator Bryan Cranston e só consigo pensar, com certa ansiedade, em Walter White, o professor de química de colégio que se transforma no rei da metanfetamina no seriado “Breaking Bad”, famoso pelo chapéu que esconde a careca, o cavanhaque mal encarado e a voz tenebrosa.
Encontro um homem sorridente, com gel nos cabelos, sem óculos, nenhum pelo na cara, vestido com colete cinza de alfaiataria, camisa branca e sapatos impecáveis. Ele me serve água e faz um comentário sobre o calor em Los Angeles.
Walter White, o personagem que lhe valeu três Emmys, não dá as caras. Nem o pai bobão da série família “Malcolm” (2000-2006), nem o dentista sedutor de “Seinfeld”, que interpretou entre 1994 e 1997. Hoje, Bryan Cranston, 56, vive outro papel, não menos inusitado: o de galã de cinema.
Sua carreira deslanchou no último ano e chega agora ao auge, com uma atuação que já desperta rumores sobre uma possível indicação ao Oscar de ator coadjuvante, pelo suspense “Argo”, terceiro longa dirigido por Ben Affleck.
“Atuar é minha droga, é o que me deixa poderoso. Descobri isso aos 23 anos. Não uso droga. Tomo café, às vezes, e só”, diz o ator californiano, que, nos últimos 12 meses, participou do drama “Drive”, do filme-pipoca “John Carter – Entre Dois Mundos”, do remake de “O Vingador do Futuro” e do musical “Rock of Ages: o Filme”. “Amo me esconder na pele de outros.”