Jogo Mortal Literário - um sarau nada comum
12/06/12 07:00Silêncio na pista de dança. O globo de luz brilha nos mais de cem convidados numa boate de Los Angeles, todos sentados em fileiras de cadeiras brancas.
O escritor Chiwan Choi está no palco, ao microfone, com um copo de uísque na mão. Ele limpa a garganta e começa sua apresentação: por sete minutos, lê um trecho de seu novo romance.
Aos fundos, três jurados tomam notas (foto acima). Afinal, este não é um sarau qualquer, e sim uma edição do Literary Death Match (jogo mortal literário).
Seu criador e apresentador, Todd Zuniga (foto acima), observa a performance segurando uma bazuca de brinquedo. Quando algum autor ultrapassa os sete minutos estipulados, é atingido por um dardo de papel.
“Hollywood Hills, sofá de couro… Ok, Chiwan, nós já entendemos, você é um poeta rico”, ironiza um dos jurados.
Outros três escritores sobem ao palco e disputam os elogios do júri. O vencedor será determinado entre dois finalistas com brincadeiras improvisadas, como um boliche de livros com ovos de chocolate (era época da Páscoa), incluindo o difícil de derrubar “Liberdade” e o levinho “A Metamorfose”.
O vencedor da noite é DC Pierson (foto abaixo), um cabeludo loiro com pinta de hippie, que havia lido seus poemas em forma de rap.
O Literary Death Match já passou por Paris, Nova York e Pequim. Neste ano, tornou-se um evento mensal em Los Angeles, após Zuniga se mudar de Paris para cá.
“É um sonho fazer no Brasil, mas ainda não achei os organizadores certos”, afirma Zuniga. “Outro sonho seria ter Vik Muniz entre os jurados. É meu artista favorito.”
Fotos acimas: Luke Haskard/Divulgação