Saiu o primeiro clip do primeiro filme de Hollywood sobre Steve Jobs.
Em “jOBS”, que estreia na noite de hoje no festival de Sundance, Ashton Kutcher faz o confundador da Apple, enquanto Josh Gad faz Steve Wozniak. Leia entrevista com Gad aqui, em inglês, da revista Entertainment Weekly.
A estreia está prevista nos cinemas dos EUA para 19 de abril (aniversário de Jobs). A direção é de Joshua Michael Stern.
Já o segundo filme terá roteiro do superpoderoso Aaron Sorkin (“A Rede Social”) e será baseado na biografia bestseller de Walter Isaacson. Não tem ainda data de lançamento.
Segundo a Hollywood Reporter, o filme de Sorkin terá apenas três cenas de 30 minutos cada (!), todas feitas em tempo real e que “acontecem bem depois de três grandes lançamentos”. Os produtos são: o computador Macintosh (1984), o NeXT Cube (1990) e o iPod (2001).
A pedidos, segue aqui o roteiro que fiz no começo do mês, atrás dos passos de Steve Jobs. Dá para fazer tranquilamente em dois dias, alugando um carro no aeroporto de San Francisco.
Mansão de Steve Jobs (2101 Waverley Street, Palo Alto)
Árvores carregadas de maçãs (além de olhares de curiosos) entregam o endereço onde o cofundador da Apple morou por 20 anos e morreu cercado de seus familiares, em 5/10/2011. Na esquina, um segurança observa tudo 24h.
Garagem da HP (367 Addison Avenue, Palo Alto)
Berço do Vale do Silício, onde Bill Hewlett e Dave Packard deram início a sua parceria, em 1939, incentivados por um professor de Stanford que os aconselhou a montar a própria empresa em vez de ir trabalhar para firmas da Costa Leste. Mesmo bairro da mansão de Jobs.
Jobs era frequentador assíduo deste supermercado no centrinho da cidade, onde costumava parar seu carro sem placa nas vagas de deficientes e reclamar da demora na preparação de seus “smoothies” (sucos).
St Michael’s Alley – Anexo (806 Emerson Street, Palo Alto)
Após conhecer Laurene Powell numa palestra em Stanford, Jobs a convida para jantar neste restaurante, em 1989. Dois anos depois, eles se casariam. Hoje, o local só funciona para brunch aos finais de semana e festas particulares.
St Michael’s Alley – Novo (140 Homer Avenue)
A nova filialabriu em 2009 para almoço e janta, a uma quadra de distância do original, passando pelo Whole Foods. Segue sendo frequentada pela mulher de Jobs e tem pratos para vegans.
Il Fornaio (520 Cowper Street, Palo Alto)
Onde a nata do Vale se encontra para fechar negócios. Antes de virar CEO, Jobs sentava na mesa 12, bem na entrada. Depois, se escondia nos fundos, na mesa 57, e pedia copos gigantes de sucos de laranja.
Garagem da Apple (2066 Crist Dr, Los Altos)
Os dois Steves (Jobs e Wozniak) começaram nesta casa, onde os pais de Jobs moravam, a montar as primeiras unidades do Apple 1, com ajuda de amigos do bairro, em 1976
Sede da Apple, com lojinha (1 Infinite Loop, Cupertino)
Não tem muito o que ver, mas fica perto da Garagem da Apple e tem uma loja com souvernires como camisetas, garrafas de água e e inúmeros acessórios para iPhone e iPad. Não vende celulares.
Computer History Museum (1401 N Shoreline Boulevard, Mountain View)
Um dos melhores do mundo para contar a história da computação e entender a importância de Steve Jobs. Estão lá o Apple 1, o iPod original e até mesmo o pré-tablet Newton, que Jobs mandou descontinuar ao voltar para a Apple em 1996.
Stanford University – em Palo Alto
Jobs nunca se formou em faculdade, mas fez um dos discursos para formandos mais famosos da história aqui, em 2005, quando terminou sua fala de 14 minutos com “Stay Hungry, stay foolish” (continue faminto, continue louco). Na foto, livraria dentro da universidade.
É tentador pular a pequena cerca da casa de tijolos na esquina das ruas Waverley e Santa Rita, na pacata Palo Alto, atrás das dezenas de maçãs caídas no chão. Mas um segurança observa à espreita, num carro de vidros escuros, afugentando os que demoram na calçada admirando as árvores carregadas.
Não é qualquer pomar. O local foi residência de Steve Jobs por 20 anos e, desde a morte dele, em 5 de outubro de 2011, é ponto de romaria dos aficionados pela outra maçã, a Apple.
“Infelizmente, vem muita gente”, comenta o segurança, pedindo para tirar o “mínimo de fotos possível”. Ele larga a reportagem da Folha para abordar um casal recém-chegado com câmera digital.
“É uma casa interessante, parece de filme, com muito espaço, coisa que não se vê muito por aqui”, disse Tara Sheehan, 53. Ela veio de Nova York visitar o irmão que mora no mesmo bairro e trabalha há 20 anos na Apple. Ele completa: “Jobs sempre caminhava com seus filhos, muitas vezes descalço”.
Por ter sido o morador mais ilustre da cidade de 60 mil habitantes e ser conhecido pelos hábitos peculiares, parece que todos em Palo Alto (a 50 km de San Francisco) têm histórias sobre ele para contar, muitas vezes negativas.
“Ele era um terror, ficávamos aliviados quando ia embora”, disse um garçom que pediu para não ter o nome revelado, do restaurante Saint Michael’s Alley (foto acima). “Ele pode ter feito muito bem para o mundo, feito todo aquele dinheiro, mas aqui nunca mostrou generosidade. Muito menos nas gorjetas.” O local foi o cenário do primeiro encontro romântico de Jobs com Laurene Powell, em 1989 -eles se casariam dois anos depois.
Originalmente frequentado por beatniks, o café ajudou a lançar a banda Grateful Dead. Hoje, funciona para “brunch” nos finais de semana, quando é possível ver Tim Cook na fila, e para festas particulares.
“Depois que ficou doente, ele continuou vindo aqui, mas deixou o veganismo, que era difícil de atender, e passou a pedir panquecas. Antes, só comia vegetais”, disse à Folha Michael Sabina, que comprou o Saint Michael’s Alley em 1993, pouco depois de fechar uma start-up.
Poderosos do Vale do Silício também batem cartão no italiano Il Fornaio (foto acima). A garçonete Judith Priestly, 72, lembra que Jobs chegava nos horários tumultuados e passava voando de patins até sua mesa favorita. “Ele gostava muito do nosso suco de laranja, mas tinha que ser tamanho extra extra grande”, diz.
APPLE 1
Outra parada obrigatória no tour Steve Jobs é na cidade vizinha Los Altos, menos de 20 minutos de carro, na casa onde morou com seus pais e onde montou as primeiras unidades do computador Apple 1 com o amigo Steve Wozniak, em 1976. Na calçada da casa, uma placa pede para que visitantes tirem fotografias apenas à distância.
O lugar mais educativo é o museu de tecnologia de Mountain View, a dez minutos de carro de Los Altos ou 15 minutos de Cupertino, cidade sede da Apple. Estão lá expostos o Apple 1, autografado por Wozniak, um computador da NeXT e também um iPod original, que completou dez anos em 2011.
Texto publicado originalmente no caderno TEC, da Folha
Chegou ontem em casa a edição de agosto da revista ‘Wired”.
Acho que os próprios editores já perderam a conta de quantas vezes já colocaram Steve Jobs na capa, mas nunca com um teor crítico tão pesado.
Quase 10 meses após a morte de Jobs, a revista entrevistou diversos executivos de tecnologia para saber o que acharam da biografia assinada por Walter Isaacson e as lições que tiraram.
A reportagem divide os entrevistados e suas reações em: “acolytes” (algo como coroinhas) e “rejectors” (os que rejeitam)
O primeiro grupo é dos que continuam achando Jobs um gênio supremo, apesar de ele ter maltratado funcionários, roubado ideias de parceiros, de não ter respeitado acordos comerciais, não ter tratado do próprio câncer de forma correta por nove meses e ter ignorado a filha mais velha.
O segundo grupo é dos que deixaram de endeusar de Steve Jobs.
“Jobs era dinamite”, diz à revista Verinder Syal, professor de negócios que costumava dar o exemplo de Jobs em sala de aula, mas não mais depois de ler o livro. “Dinamite limpa caminhos, mas também destrói tudo em volta.”
“Bill Gates se desenvolveu de um imbecil [asshole] para um ser hunano. Jobs continuou um imbecil.”