Saiu o primeiro clip do primeiro filme de Hollywood sobre Steve Jobs.
Em “jOBS”, que estreia na noite de hoje no festival de Sundance, Ashton Kutcher faz o confundador da Apple, enquanto Josh Gad faz Steve Wozniak. Leia entrevista com Gad aqui, em inglês, da revista Entertainment Weekly.
A estreia está prevista nos cinemas dos EUA para 19 de abril (aniversário de Jobs). A direção é de Joshua Michael Stern.
Já o segundo filme terá roteiro do superpoderoso Aaron Sorkin (“A Rede Social”) e será baseado na biografia bestseller de Walter Isaacson. Não tem ainda data de lançamento.
Segundo a Hollywood Reporter, o filme de Sorkin terá apenas três cenas de 30 minutos cada (!), todas feitas em tempo real e que “acontecem bem depois de três grandes lançamentos”. Os produtos são: o computador Macintosh (1984), o NeXT Cube (1990) e o iPod (2001).
Três filmes que gostei bastante aqui em Sundance não poderiam ser mais diferentes: uma comédia romântica (“Austenland”), um drama misterioso (“Mud”, com Matthew McConaughey) e um filme de estrada viajante (“Crystal Fairy”).
“Austenland” – É sobre uma americana (Keri Russell) obcecada pelos livros de Jane Austen que decide gastar uma grana numa viagem imersiva ao universo da escritora inglesa. É como um parque temático na Inglaterra, onde tudo é ambientado/organizado para lembrar “Orgulho e Preconceito”, Mr. Darcy e outros livros/personagens.
Romances são arranjados, mas os limites entre ficção e realidade ficam cada vez mais confusos. O filme tem um certo problema de ritmo no começo, umas piadas meio fora do tom, mas o resultado é uma comédia romântica bem original e graciosa.
“Mud” – Este é o terceiro longa do diretor Jeff Nichols, um cara para ficar de olho. O anterior foi “O Abrigo”, com Michael Shannon. O ator volta para “Mud”, mas apenas numa ponta. O astro mesmo é Matthew McConaughey, no papel de um fugitivo romântico à espera de seu amor numa floresta/ilha, morando num barco encalhado nas árvores.
Ele é ajudado por dois garotos, que acabam aprendendo um bocado sobre amor. Lembra bem aquela camaradagem de “Conta Comigo” (1986). No lugar da paranoia de “O Abrigo”, tem um sentimento forte de amizade, confiança. É um filme bem peculiar (e longo). Reese Witherspoon faz uma ponta bem convincente.
“Crystal Fairy” – O filme do diretor chileno Sebastián Silva (do sensacional “La Nana”) traz Michael Cera como um turista americano meio mala que parte em viagem de carro com três amigos chilenos ao deserto do Atacama para tomar mescalina. A turma encontra pelo caminho uma outra “gringa”, a tal Crystal Fairy do título, uma pseudo hippie que empata um pouco a aventura.
O filme seria mais legal se o personagem de Cera não ficasse tão insuportável, obcecado com o cactus e toda a preparação da droga. Ainda assim, gostei. É despretensioso, e a hippie é hilária, rouba as cenas.
Cera está com outro filme no festival com o mesmo diretor, “Magic Magic”. Este é mais “planejado”, feito com roteiro e mais grana, ao contrário de “Crystal Fairy”. Será exibido nesta semana.
Já estamos no quarto dia de Sundance e perdi a conta dos filmes que vi que falam sobre ou mostram explicitamente sexo (“Don Jon’s Addiction”, “Two Mothers”, “The Look of Love”, “Leather. Interior Bar” etc).
Mas o assunto que corre nas beiradas é ainda violência no cinema, ainda que tenha visto aqui apenas um filme no qual armas são disparadas: o excelente “Mud”, com Matthew McConaughey no papel de um fugitivo romântico escondido numa floresta e que recebe ajuda de dois garotos.
Na coletiva de imprensa, o tema surgiu para o cofundador do festival, Robert Redford. “Será que minha indústria pensa que armas vão ajudar a vender ingressos? Não é uma pergunta que eu tenha a resposta”, disse. “Mas me parece uma pergunta razoável a se fazer já que tantas armas aparecerem nos anúncios.” Mais aqui.
Na semana passada, o presidente Barack Obama pediu ao Congresso que financie uma pesquisa de US$ 10 milhões sobre o impacto nas “mentes dos jovens” de videogames e imagens da mída.
Ontem, chegou por aqui em Sundance uma edição especial da Variety sobre “violência e entretenimento” (foto da capa acima, contracapa abaixo). São 78 páginas e 40 contribuidores escrevendo sobre o assunto.
Tem, por exemplo, Vince Gilligan, criador de “Breaking Bad”, justificando e explicando a complexidade das passagens violentas do seriado, tão intrínsecas na história:
“Queremos que estes momentos de violência toquem o telespector de forma profunda, mas nunca os pensamos de forma sensacionalista”, escreveu Gilligan. “Na maior parte das vezes, a violência na história tem como objetivo ser um efeito transformador em nossos personagens”.
A edição traz um amontoado de opiniões diversas. James Stern, produtor de “Looper” e diretor de um documentário sobre armas nos EUA, é entrevistado, assim como Callie Khouri, roteirista de “Thelma & Louise” e criadora do seriado “Nashville”, e Mike Hammond, do grupo Gun Owners America.
Larry Flynt, do império Hustler, que ficou paraplégico após uma tentativa de assassinato, também participa e defende a Segunda Emenda da Constituição americana (aquela que permite portar armas e se defender). “Mas não acho que os ‘founding fathers’ queriam dizer [com a segunda emenda] pessoas com basucas e lançadores de granadas”, ponderou.
Sundance vai até dia 27 e tem três filmes que abordam uso de armas: o documentário “Valentine Road”, sobre um tiroteiro numa escola da Califórnia, o longa de ficção “Blue Caprice”, baseado em ataques de 2002, e o curta “Gun”, sobre um homem que compra uma arma para proteção própria e fica obcecado com seu novo senso de poder
O festival está bem apimentado neste ano. Até Robert Redford, seu cofundador, confirmou: sexo é um tema bastante em destaque nesta edição.
Um dos filmes mais aguardados é “Lovelace”, sobre os bastidores do filme pornô “Garganta Profunda”, com Amanda Seyfried (foto acima) no papel da protagonista, Linda Lovelace.
James Franco tem dois trabalhos no evento, ambos sobre sexo: o documentário “Kink”, codirigido por ele sobre o site de mesmo nome e sua fábrica de fetichismo, e o filme “Interior. Leather Bar”, que ele estrela.
“Quando entrei para esta indústria [do cinema], nos anos 60, sexo era sempre conectado com romance. Os costumes mudaram, os tempos mudaram, e hoje temos sexo num contexto totalmente diferente”, disse Robert Redford, cofundador do festival, sobre os trabalhos na programação.
“Hoje é mais sobre relações, não só sexo por sexo. É sobre relações e como elas mudam por causa das pressões das mudanças do tempo.”
Outros dois filmes com temática quente são “Don Jon’s Addiction”, um conto contemporâneo sobre a fábula de Don Juan e estreia na direção do ator Joseph Gordon-Levitt (na foto acima ao lado de Scarlett Johansson), e “The Look of Love”, de Michael Winterbottom, com Steve Coogan no papel de um fundador de uma revista britânica pornô.
Cheguei ontem em Park City, no Estado de Utah, para o festival de cinema Sundance. Começa hoje e vai até dia 27.
A cidade fica no meio de picos nevados, repleta de resorts para esqui. Tudo muito exótico para mim. Hoje acordei com o termômetro batendo menos 22 graus!
É minha segunda vez aqui. No ano passado não estava tão frio assim, mas logo no primeiro dia peguei uma tremenda nevasca. Nem acredito que voltei… Pelo menos agora está sol.
O festival abre com uma coletiva com o cofundador Robert Redford e poucos filmes. A maratona cinematográfica dá início para valer amanhã.
Mais tarde posto uns destaques do evento. Por enquanto, divido minhas fotos, milhares de tons de branco.